HD Movies
Aberta a temporada de baixar filmes pelo torrent. Agora mesmo que não piso num cinema de shopping (blearrrg) nunca mais:
Control (UK/2007)- Antoin Corbjin é bunda-velha no rock. Fez a capa do "The Joshua Tree", coordenou o visual de Echo & The Bunnymen, Metallica, R.E.M, Depeche Mode e qualquer um que tenha passado pelos top 10s da vida nos últimos vinte anos. Corbjin também era um grande fã do Joy Division, a banda mais cult dos anos 80. "Control", graças a Deus, não tem nada a ver com "24 Hours Party People", a abordagem é outra. Enquanto lá o finado Tony Wilson era o cerne da malandragem made in Manchester e Ian Curtis apenas um dos muitos que dançaram nas suas mãos, aqui quem dá as cartas é Deborah, viúva de Curtis, em cuja biografia ("Touched From a Distance") o roteiro foi baseado. Para os fãs é uma overdose. Tudo que se esperaria da alma atormentada de Ian Curtis está lá, em preto e branco (onde Corbjin reina soberano): A adolescência em pleno glam rock, o sonho de ser tão famoso quanto a santissima trindade Bowie-Iggy-Reed, a descoberta e nunca aceitação de sua condição de epilético; e por fim sua agonia suicida, agravada por crises de saúde, de casamento e na banda. Sam Riley é uma coisa absurda de parecido fisicamente com Ian Curtis, só não tem aquele olhar endemoniado de quem parece que vai entrar em colapso no próximo segundo. Mas aí pra vocês (nós) já é querer demais...
I'm Not There (USA/2007)- O meio século de carreira de Bob Dylan se aproxima a passos largos. Scorcese já havia lhe rendido "No Direction Home", o próprio já havia posto o primeiro volume do seu "Crônicas" nas livrarias, e em todos eles há um ponto pacifíco: Dylan é vários. Já foi garoto de Dulluth, Minessota abrindo seu espaço na cena da virada dos anos 60 em NY, depois ícone da música de protesto, popstar lisérgico da eletrificação do folk, depois rockstar família, cristão novo, etc. Todos eles tem espaço em "I'm Not There". O filme é uma sucessão de flashbacks e back-and-forths que entrelaçam épocas diferentes da carreira de Dylan, sendo ele vários atores/atrizes diferentes. Um espelho que se reflete infinitamente, uma espiral que se enrola pra dentro de si mesma. Os mais divertidos, de longe, são Cate Blanchett, como o Dylan protagonista da desastrada mas histórica turnê pela Inglaterra em 65, munido de bolinhas e guitarra elétrica contra uma pororoca de vaias dos puristas. O encontro com os Beatles é um dos pontos altos da piração. Já o ator-mirim Marcus Carl Francis faz o Dylan checando suas raízes antes de cair de vez na estrada. O pivete é muito bom e realmente rouba a cena. O recém-finado Heath Ledger e Christian Bale são apenas medianos como, respectivamente, o Dylan fase "Blood On The Tracks" e o guru da música de protesto (e aqui sobra até pra uma pseudo Joan Baez...). Já Richard "acabei de tchêgar" Gere parece ter caído de para-quedas na produção, direto de algum mosteiro budista do Tibet, tamanha é a viajandice do Dylan "self-portrait", catando os cacos do passado e cheio de preocupações hippie-ecológicas.
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