Terehell

sábado, maio 13, 2006

Pilatos


Um funcionário público, como milhares em todo país, é colhido por um ônibus na saída do trabalho e ao acordar está na ala de indigentes de um hospital mantido por freiras. Por discuido médico seu pênis foi decepado e agora jaz ao seu lado, num vidro de compota, imerso em mercúrio cromo. Resignado com sua nova condição de “capado”, o protagonista, junto com seu amigo “Herodes”, partem para diversas aventuras, em companhia de personagens tão bizarros quanto a freira ninfomaníaca, o dono do hotel de pernoite, a solitária do subúrbio, os mendigos do passeio público, o policial e o português do bar.

Começado e abandonado por Cony no início do AI-5, “Pilatos” foi retomado pelo autor anos depois, na França, quando sua esposa juntava papéis para jogar no lixo. Uma fábula moderna sobre a indigência do homem moderno, a perda de sua dignidade, de sua identidade e de sua cidadania, itens tão inseparáveis do ser humano quanto um bilau.

1 Comments:

At 3:43 PM, Anonymous Anônimo said...

muito bom.

 

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