Terehell

segunda-feira, agosto 21, 2006

Sonho Nº 33


Ironicamente meus amigos de infância e adolescência vem à tona a medida que se aproxima meu aniversário. Ano passado passei as primeiras horas do meu dia natalicio num DP (não preso, lógico), e conversando com um antigo amigo do meu "trecho", que hoje é agente de polícia, ele me contou que um amigo morreu em SP numa tentativa de assalto ao Banespa. Ele era o assaltante e foi varado por um disparo de escopeta. Esse amigo, que me ensinou a fazer carrinhos de rolamento (não sabe o que é? Você não têve infância, desculpe...) é o quarto amigo de vizinhança, desses que chama sua mãe de "tia", que eu perco. Outra ironia: o primeiro deles morreu no dia do meu aniversário, num acidente de carro. Depois mais dois se foram em acidentes de carro. Isso vem provar duas coisas: Daqui a poucos dias eu vou novamente fugir da estatística e também só vou fugir dela porque a música vive salvando meu pescoço.

A gente tende a achar que só pobre e marginal morre antes dos 30, e isso é mais uma grande ilusão na cabeça do brasileiro, e ainda mais do teresinense, que se acha ainda morando numa província, à salvo das agrurras da vida moderna. A coisa não é bem por aí, mas...Vai-se vivendo, que jeito?

Sábado estive com uma amiga que, apesar de não morar aqui, era, digamos, "agregada", de uma turma muito boa de amigos que eu tive naquela fase de terminar escola e virar "dono do próprio nariz". Lembramos de muitas coisas boas e de pessoas que ELA tem mais contato que EU, que moro na mesma cidade que elas. Boas lembranças de baladas que começavam numa quinta ou sexta e terminavam no domingo. A vida era mais cheia de som e fúria, e o mundo adulto, com suas contas a pagar e afazeres, ficava no colo do pai e da mãe quando você trancava a porta da rua e ia pra mais uma noite onde se TUDO acontecesse ainda seria pouco. Lugares como Escândalo, Castelinho, Bar da Mundica, a prainha da floresta petrificada, reveillons do Cruzeiro do Sul, Quintas Culturais da UFPI e outros tantos que só existem mesmo na lembrança; pessoas que foram tomar seus caminhos (alguns os mais irônicos possíveis) e que apesar do laço afetivo, se veêm muito pouco.

Pra meu alívio, nenhum desses meus amigos de quando eu tinha entre 17 e 19 anos morreu. A mesma vida que nos juntou em algum espaço, relativo, de tempo, nos afastou geograficamente em outros bairros, cidades, e até países. Mas estão todos aí, tomando conta de suas vidas, seus empregos, seus filhos, correndo atrás dos seus sonhos, ou como eu, inventando novos sonhos pra continuar sonhando.

1 Comments:

At 7:01 PM, Blogger Mariana Arraes said...

e faltam 3 dias.
=*

 

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