Terehell Radio #3: Os Marditos
Lá por 1988 as gravadoras sentiram que a poeira do BRock estava baixando. Inchadas de contratados, não sabiam mais como administrar a briga de cão que até há pouco travavam para vitaminar seus catálogos. Alguns selos apareceram para escoar tanta gente doida pra botar a cara no mercado, o mais célebre deles foi o Plug, um selo da BMG-Ariola, que além de tomar conta do vastissímo celeiro de bandas gaúchas (Engenheiros, TNT, Replicantes, Garotos da Rua), ainda arriscava gravar coisas novas do Rio, SP e MG, mas em menor escala. Em SP, lojas da galeria, como a Baratos Afins e a Wob Bop montavam selos pra garantir a produção local, mesmo ficando devendo em distribuição aos selos cariocas, que eram veiculados a gravadoras grandes. Nesse banzé, apareceram as quatro bandas que você escuta nessa edição do Terehell Radio:
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Black Future - "Eu Sou o Rio": A dupla Tantão e Satanésio já era figurinha carimbada na cena underground carioca quando da formação do Black Future. Num mix de Suicide com partido alto (alguém falou Lado 2 Estéreo aí?!) desenrolam-se textos sobre a carioquice às avessas, citando João do Rio, Sérgio Mallandro e Zé Kéti. Ao vivo contavam com músicos de apoio, como Edinho Milese (da banda Kongo, pioneira no ska "two-tone" no Brasil) e aplicavam performances inspiradas no teatro do absurdo do ator e dramaturgo francês Antonin Artaud. Foram imortalizados na letra de "Porcos Fardados", do Planet Hemp, alguns anos depois, quando a guitarra voltou à moda.
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1 Comments:
só p deixar um bj.
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