Via Sacal
O Via Funchal é uma casa de shows (?) que não deve haver equivalente em qualquer outro canto do universo. Não pela localização, pela suntuosidade ou pelas atrações que lá frequentam vez por outra, mas pela chatice dos seus seguranças. Começa da fila pra retirar ingresso, você já ouve um pito do senhor de paletó e cabeça milimétricamente raspada pra ficar de documentos na mão, a postos pra não dificultar a entrega, como se ninguém ali tivesse a mínima pressa de entrar. Depois tem a revista, a checagem (dupla) do ticket, da carteira de estudante...E se você fumar, cuidado redobrado: com sua saúde e com o segurança reclamando que você está fumando em local não permitido. Depois do show, nada de ficar pela pista sentado descansando de uma hora e quarenta de show, a segurança literalmente te "tange" pra fora! Mas fora mesmo, se você insistir em ficar pelo lobby eles te põem pra calçada. Um cidadão, após o terceiro "convite" pra sair perguntava ao segurança, em claro tom de gozação, se o mesmo lhe arranjaria um táxi. Ok, os seguranças só fazem a parte deles, mas não precisavam querer fazer com tanto esmero.
Graças a Deus os seguranças me deixaram ver em paz ao R.E.M. Uma hora e quarenta de show que ninguém podia estragar. Só Michael Stipe, e olhe que ele quase consegue, não tocando algo ruim mas enfiando Barack Obama onde não devia. Tudo bem que Stipe, um sujeito liberal, não veja a hora de Bush dar o fora da Casa Branca, mas tudo tem hora e lugar. O set era bem dividido, coisas de "Acellerate", outras preferidas de "Automatic for the People" (92), "Monster" (94) (ao qual "Acellerate" remete diretamente) e "Green" (88), e espaço até pra coisas muuuito antigas como "Fall On Me" (de "Life's Rich Pageant", de 86) e uma faixa de "Fables of Reconstruction", no hoje longínquo ano de 1985, cantada pelo baixista Mike Mills.
Iluminação econômica e um "telão" no fundo do palco que reproduzia imagens da banda com qualidade de webcam, filmando posicionada à altura dos monitores de chão, dispensou inclusive os telões laterais da casa. Nada parecido com o que o Nine Inch Nails traria ao mesmo local num show recentemente cancelado, mas fez muitíssimo bem a função. Show tranquilo apesar das 5.500 pessoas dentro da casa (que fica num mezanino, bom que se diga). Lô Borges assistiu ao show dois passos atrás de mim, e com certeza não foi lá ver o conterrâneo Wilson Sideral, irmão de Rogério Flausino do Jota Quest, escolhido pra fazer o show de abertura (que nem eu nem ninguém deve ter feito questão de ver).
Agora vou me mandando rapidinho antes que a segurança apareça...
P.S: Camiseta na banquinha de merchandising por 50 REAIS é p*%$#@!
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