Terehell

sexta-feira, abril 24, 2009

Penas de Peso

Leonardo Panço e Evandro Vieira poderiam ter sido vizinhos de rua. Colegas de colégio, quiçá. Poderiam ter tocado juntos em alguma bandinha underground, dessas que duram uma boa década, lançam demos, alguns CDs, fazem pequenas turnês (na gringa até) e depois somem sem nunca tocar no Faustão ou na trilha da Malhação. Mas Leonardo Panço nasceu e fez sua estória na cidade do Rio de janeiro, enquanto Evandro Vieira viveu boa parte de suas aventuras no Distrito Federal. Em comum ambos têm influências, gostos, e largaram de carregar equipamento pra tornarem-se escritores, ainda que tão undergrounds quanto suas bandas eram.

Panço é da Vila da Penha, zona norte. Lá começou a ouvir e se empolgar com o B-Rock dos anos 80, com a tosqueira e a linhagem "faça-você-mesmo" do precoce punk tapúia. Nos anos 90 Panço fez parte de bandas como Soutien Xiita, têve fanzines feitos de recorte e colagem, onde começou a resenhar shows e gravações de outros grupelhos undergrounds. Lá pelo começo dos anos 00, Panço e outros egressos do fino do underground carioca juntaram suas experiências e fundaram o Jason, um comboio que lançou quatro discos e fez três turnês pelo Velho Mundo. Dessas turnês, pelo Brasil e exterior, nasceu o primeiro livro de Panço, uma espécie de diário-de-bordo. A idéia cresceu e virou um segundo livro, "Esporro", sobre as aventuras do jovem Panço na cena alternativa carioca dos anos 90. Este livro não viu a luz do dia (ainda). "Caras Dessa Idade Já Não Leêm Manuais" acabou vindo a ser o segundo, oficialmente falando.

"Caras..." é um apanhado de estórias soltas, de não-ficção ou não muito. A maioria se passa em andanças pela Europa, quando Panço, ao termino de uma turnê, continuou por lá acompanhando outras bandas brasileiras em turnê. Keibardi, seu alter-ego descaradamente bukowskiano, aparece vez por outra, como uma interferência que faz o leitor perder o senso se está ou não numa situação real ou ficcional.

Evandro Vieira foi até quatro anos atrás vocalista das bandas candangas Macakongs 2099 e Quebraqueixo. Passou sua adolescência em Brasília ouvindo hardcore, indo a shows e consumindo substâncias suspeitas com um punhado de amigos que vieram a ter uma certa projeção nacional, como por exemplo os Raimundos. Em "Esfolando Ouvidos", Evandro conta estórias de sua saga; do "Perpetão" às turnês dos Macakongs; muitas vezes cruzando e se confundindo com outras bandas de Brasília, como DFC, Os Cabeloduro e Little Quail & The Mad Birds. Evandro já está no segundo livro, que se chama "Grosseria Refinada", uma obra de ficção, claro, imaginem....

2 Comments:

At 2:32 PM, Anonymous Anônimo said...

Opa! Aqui é o Evandro. Surpresa total esbarrar neste blog. Valeu pela resenha! Meu blog é http://esfolando.wordpress.com Abraço!

 
At 12:34 PM, Anonymous Anônimo said...

Descobri quem tu é! Achei que vc fosse de Aracaju, manda um abraço pro Adelvan, diz que eu não consegui postar um comentário no Escarro Napalm por que não tenho conta no Blogger. Ontem trombei com o Phú e disse a história que vc falou do IPVA, aí ele me disse: é o fernando de Terezina. Agora tá explicado. Abraço!

 

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