Terehell

segunda-feira, junho 29, 2009

Tic-Tac

Semana passada fazendo um serviço pelo centro parei pra ver a vitrine de uma relojoaria. Fiquei só vendo relógios bacanas (e, suponho, caros) e puxando o fio da meada do porquê e quanto tempo não uso mais relógio. Primeiro foi o medo de virar vítima da violência galopante, e depois pôr fim numa paranóia de ficar olhando as horas todo momento (que ironia).

Meu pai tomava conta de relógios de parede, aqueles com pêndulos e que têm de ser vigiados e dado corda ao menos uma vez por dia. É um trabalho realmente de relojoeiro; chato e que precisa de uma pessoa que se dedique de paixão. Por vezes ouvia os relógios batendo soturnamente de madrugada pela casa. Esses relógios continuam pendurados na parede de casa, e estão parados e mudos há dezesseis longos anos. Penso que já marcaram o que tinham de marcar.

Também na semana passada minha mãe reclamou que seu relógio de pulso, tão pequeno que chego a pensar que ela o usa mais como pulseira, precisa ser trocado. Segundo ela, "está velho".

Só pra usar um clichê: o tempo não para.