Terehell

domingo, fevereiro 25, 2007

Aos Fagundes

Eu admiro várias vertentes da arte. Se você me convidar pra ir numa peça, beleza, eu irei com prazer. Já aconteceu de me levarem num espetáculo de mimica e eu achei o máximo. Mas tem uma arte cuja a estética e sobretudo a prática não me desce: a arte da bajulação. O puxa-saco, o chalaça, o cupincha, o baba-ovo, o papagaio-de-pirata, o “Fagundes” é o indivíduo que é sub-serviente puramente por não ter talento para desempenhar nada, aí se empenha num cortejar sem fim pra perpetuar sua estadia a sombra das regalias alheias e, perto de quem realmente pode, exercer uma influência parda, que vai e volta lhe rende alguma vantagem. A bajulação, infelizmente, não é uma arte restrita a política ou as instituições; a cultura é cheia de capachos, de gente se esforçando pra ser elogiosa demais, de dizer que fez isso ou aquilo pelo artista, pelo puro golpe de menor-esforço de ser banhado, mesmo que de relance, pela luz do mesmo holofote. Não entendo esse mundo de amizades por interesse, de tapinhas nas costas, de sorrisos fáceis, de favores na manga e elogios em profusão. Não entendo, nem quero entender. Simplesmente passo.