La Degüela
Estava eu aqui procurando umas curiosidades sobre decaptações (calma, não vou me decaptar, nem fazer o mesmo com ninguém...) quando achei um texto muito legal no site da Fundação Joaquim Nabuco (PE) a respeito dos despojos do cangaceiro Virgulíno Ferreira, vulgo Lampião. A gente nasce aqui no NE, ouve a vida inteira falar de cangaço, mas acha uma coisa meio distante, quase lenda. Pois essa lenda tem coisas bem interessantes.
Ao ser morto, na localidade Angicos, às margens do rio São Francisco, em Sergipe, o poder e influência de Lampião estavam às quedas, em parte pela falência dos próprios coronéis que ele combatia. Das 38 pessoas que faziam parte de seu bando, 11 foram mortas pelas "matadeiras" (metralhadoras) da volante do Ten. João Bezerra, o restante fugiu pela caatinga. Numa mistura de barbárie e ostentação, João Bezerra ordena que as cabeças de Lampião, Maria Bonita e dos outros nove mortos sejam decepadas e, conservadas em latas de querosene da marca Jacaré, afim de serem expostas em todas as cidades ao longo do caminho até Salvador (BA), onde ficaram durante 21 anos em exposição pública no museu Nina Rodrigues, até que um incêndio consumiu o museu por completo nos anos 60.
Corisco, braço direito de Lampião, tentou continuar a saga do cangaço, mas foi morto, com sua companheira Dadá, pelo Ten.Zé Rufino, dois anos depois de seu chefe. Enterrado no interior da Bahia, o túmulo de Corisco foi violado dez dias após seu sepultamento, tendo seu braço direito e sua cabeça igualmente decepados e levados ao mesmo museu onde eram guardadas as cabeças de seus companheiros.
A grande parte dos outros cangaceiros sobreviventes foi capturada com vida. Como o governo de Getúlio Vargas aplicou uma anistia aos revoltosos da época, eles acabaram beneficiando-se dela, e terminaram seus dias como humildes lavradores, destino que também acolheu uma pequena parte dos asseclas de Virgulino, boa parte analfabeta.
Mas o destino mais irônico foi o do cangaceiro conhecido por Saracura. Em liberdade, Saracura fixou residência em Salvador, onde ingressou na vida pública como funcionário do patrimônio histórico, trabalhando até seus últimos dias de vida como vigia noturno no museu que abrigava as cabeças mumificadas de seus companheiros.
*Agradecimentos ao J. Pedro Sabóia pelas devidas correções.
4 Comments:
"As mulheres do cangaço era sequestradas pelos cangaceiros. Quando eles passavam pelas cidades e viam alguma menina de que gostavam mandavam avisar ao pai que a filha ia "sair", e que se a menina fugisse a família inteira morria. os pais escodiam suas filhas quando havia noticias de que os cangaceiros iam passar pela cidade. Todas as mulheres, novas e velhas, mães e filhas viviam em constante pavor e ser escolhida por algum cangaceiro era tão triste como a morte. Maria Bonita foi a única a entrar pro cangaço por livre e espontanea vontade."
Corrijam o erro histórico.
O Tem Zé Rufino (que inspirou o personagem Antonio das Mortes) matou Corisco.
Lampião quem matou foi o Te, João Bezerra.
J Pedro
Corisco, braço direito de Lampião, tentou continuar a saga do cangaço, mas foi morto, com sua companheira Dadá, pelo Ten.Zé Rufino, dois anos depois de seu chefe.
obs.: corisco foi morte nesse combate mas, sua esposa não, ela foi ferida e perdeu uma das pernas, devido ao tiroteio... ela ainda viveu muito tempo, se não me engano morreu em 2004
Esse primeiro comentario é blasfemia !!
pois estou a dias lendo sobre os cangançeiros, e ate o presente momento so vi um relato de sequestro, as outras mulheres não foram sequestrada !!
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