Mal Súbito
O banheiro ficava no final do corredor. Em meio ao desespero de vomitar no meio da madrugada, aquela porta já bem gasta parecia estar a quilometros de distãncia; num outro prédio, em outra rua, outra cidade, outro país, do outro lado universo. A ânsia vinha em contrações cada vez mais fortes, a vista escurecia, a respiração faltava. O nariz obstruído obrigava-o a respirar pela boca, fazendo o ar encher o estômago, e assim a próxima vinha sempre pior. Uma dor de cabeça sobre os olhos, como se duas bolas de bilhar dançassem pra lá e pra cá em sua testa. Suor, frio e uma vertigem. Alcançou a maçaneta. Apesar de servir aos moradores do andar, o banheiro era impecavelmente limpo. Velhos ladrilhos em forma de colméia e uma banheira cujos pés imitavam patas de dragão. Nem quis ver o que havia lhe feito passar mal ás três da manhã. Nem receiou pelas sequelas.
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1 Comments:
ressaca de bebedeira das brabas, hein?!?!
hehehehe
;o)
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