Terehell

terça-feira, janeiro 09, 2007

Quando O Papel Do Livro Pega Fogo

Num futuro apocalíptico e totalitarista, a leitura e os livros serão proibidos. Os bombeiros, ao invés de usar água para apagar incêndios, invadem casas à procura de livros escondidos e usam lança-chamas para queima-los em praça pública, garantindo assim que algumas pessoas não fiquem mais inteligentes que as outras e a paz e a ordem social não sejam molestadas. Tudo o que as pessoas podem, e devem, saber é repassado pela TV, obviamente manipulada através de edições e trucagens. Um dos bombeiros se rebela, e após uma perseguição, transmitida pelo plantão jornalístico, com a morte de um sósia em seu lugar, junta-se a um acampamento de 'renegados', onde cada um assume o nome de uma obra e a decora, afim de que, mesmo que todos os livros cheguem a sumir, eles nunca desapareçam por completo.

Esse futuro aterrorizante foi imaginado pelo escritor Ray Bradbury e levado às telas pelo diretor francês François Truffaut em 1966 (dois anos mais tarde, no Brasil, a polícia poderia invadir qualquer lugar, sem ordem de busca e apreensão, confiscar e destruir livros que fossem considerados 'obras subversivas'). "Farenheit 451", infelizmente, vai ganhar versão roliudiana em 2007.