Terehell

quinta-feira, novembro 30, 2006

Tá Lá?!

É sempre no mesmo horário, eu e Morfeu estamos naquele entendimento após um almoço já pra lá de passado da hora, quando o telefone toca. A voz semi-robótica com sotaque carioca ou paulista pergunta não por mim, mas pelo meu nome inteiro, minha pessoa fiscal. Ó céus! O telemarketing de novo! Quando eu tinha dez anos queria ser adulto, porque os adultos eram fodões, mas se eu imaginasse que a vida adulta, além de independência financeira, também trás urubuzagens como o telemarketing eu teria aderiado ao complexo de Peter Pan. É um exército, um ataque sempre em bloco. “Estamos ligando...”, “Estamos lhe oferecendo...”, “Estamos lhe informando...”. Me imagino andando por uma rua vazia e de repente aparece um camburão tipo SWAT, com dezenas de operadores de telemarketing, todos de bluetooth, jaquetas bordadas com G (de “gerundismo") e eles começam a me perseguir no intuito de me empurrar garganta abaixo alguma coisa que eu não preciso. Já tentei, juro, me sair disso de várias maneiras, driblei o constrangimento que muitas vezes faz você aceitar o que eles estão te oferecendo na vã esperança de que a ligação se encerre, mas é quase impossível. Já argumentei com a operadora de cartão de crédito que eu sou um dos milhões de assalariados do Brasil que não tem como manter um cartão, já aleguei que não tenho cartão pra fazer assinatura de nada, e também cansei de explicar que nunca ligo pra ninguém interurbano (se eu tenho internet em casa, MSN, Orkut, Skype, Google Talk, e-mail, pra que diabo ligar pra alguém em outro estado?!). Inútil, só serviu pra me convencer que esse exército de coitados que se submetem a serem operadores de telemarketing sofreram uma lavagem cerebral violenta, ministrada por algum Edir Macêdo da Auto-Ajuda, que também os convenceu que eles são bons em ganhar dinheiro enchendo o saco das pessoas pelo telefone. Pra completar ainda tem aquilo de gravar a conversa. É o vaticínio do Big Brother de Orwell: Você está na sua casa, no seu quarto, ao telefone com um estranho que fala como se fosse representante dos PABXs sem rosto, e fornecendo números de identidade, CPF, endereço, CEP e o cacete; e tudo sendo gravado! Mas eu descobri a maneira de me livrar do telemarketing, qualquer hora do dia, qualquer dia da semana. O aparelho do telefone tem um botão milagroso, sinalizado por um sininho cortado na vertical. Pluft!, levou a trava até ele e é só baixar o fone. Adeus vozes robóticas, adeus gerúndio, adeus invasão de privacidade. Morfeu, onde estavamos mesmo?

quarta-feira, novembro 29, 2006

Jece, O Valadão


"Existem coisas que não têm 'meio'. Ou a menina está grávida ou não está. Ou o cara é macho ou não é. O que há são coisas que encombrem os pequenos detalhes em que falta macheza." (Que detalhes?) "Não sorrir nunca e coçar o saco de vez em quando."

segunda-feira, novembro 27, 2006

Horóscopo De Uma Segunda Qualquer


"Você começará a semana disposto, pronto para enfrentar os desafios de mais uma semana que se inicia, e ansioso para ver brotar os frutos do seu trabalho. Mas cuidado, Virgo: Algumas pessoas vão sempre tentar te foder, diminuir o que você faz com tanto esmero e dedicação, simplismente porque elas estão precisando descontar suas frustrações afetivas, sexuais e pessoais em alguém. Número: 05 (da dezena do cachorro). Pedra: Na mão e na sua cabeça."

sábado, novembro 25, 2006

Hell On The Floor

Finalmente está no ar o programa que eu gravei no podscat do blog SynKRoni3ED, capitaneado pelo meu amigo radialista, publicitário, sound designer e DJ DiNelsu, Serginho Donato. Tem um tempinho que foi gravado, lá pelo meio da conversa a gente fala até em Copa do Mundo, mas tá valendo. Afrouxe a lâmpada do quarto pra dar aquele efeito de estrobo e deixe o chão pegar fogo!


P.S: A Terehell Radio anda meio abandonada, mas essa semana volta, prometo.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Top Five No Repeat Nowadays Re-Visited


*Gil & Jorge - "Morre o Burro, Fica o Homem"
*Novos Baianos - "Acabou Chorare" (o disco)
*Ira! - "Rubro Zorro"
*Qualquer coisa do Godspeed You! Black Emperor
*Jards Macalé & Marlui Miranda - "Tio Barnabé" (Sítio do Picapau Amarelo - trilha original - 1977)

terça-feira, novembro 21, 2006

Boooo


Eu tinha de cinco pra seis anos e estava de braço quebrado devido a alguma das minhas muitas estripulias solitárias, quando meu pai entrou pela porta da frente da casa que tinha sido da minha avó materna. Desceu os dois degraus do piso rebaixado com aquela cara de quem não ia esconder nada: a mulher que morava na casa do meu avô, e tinha ajudado a criar os filhos dele, tinha morrido. Eu sabia que as pessoas morriam, sabia que elas iam parar nos cemitérios (porque no caminho da casa do meu avô tinha um cemitério e também porque meu pai adorava cemitérios, mas isso é outro caso...) e que elas não voltavam mais. Mas até então eu nunca tinha visto ninguém morto na minha frente e, pra angústia da minha mãe, eu disse, quando perguntado, que queria ir. Meu pai me levou perto do caixão, me pôs no braço, pegou na mão enrugada e disse que estava fria. Eu tinha dado febre a tarde e não tinha dito pra ninguém, daí me causou uma certa repulsa tocar em algo frio. De lá pra cá já enterrei avô, pai, tia, primo e amigos. Conheci a sensação do vazio permanente que a ausência causa, o querer falar, compartilhar, rir junto e isso ser impossível fisicamente. Mas talvez nada disso se compare a ter de matar e enterrar as pessoas em vida, ter de fingir e sentir que elas estão inaucansavéis quando elas ainda estão por aqui ou por aí, bem vivas. Uma das muitas ironias da vida envolvendo a morte.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Fortune Cookie Big Hits Vol.15

"Tudo na vida tem um lado bom, menos LP do Oswaldo Montenegro"

domingo, novembro 19, 2006

Risíveis Amores


"Atravessamos o presente de olhos vendados, mal podemos pressentir ou adivinhar o que estamos vivendo. Só mais tarde, quando a venda é retirada e examinamos o passado, percebemos o que vivemos e compreendemos o sentido do que se passou"

sábado, novembro 18, 2006

I Got A Lot To Say!


I can't remember now...

quarta-feira, novembro 15, 2006

Recordar é Viver

terça-feira, novembro 14, 2006

Mistério do Planeta

domingo, novembro 12, 2006

Fortune Cookie Big Hits Vol.14

"Amar é dar o que não se tem a alguém que não existe"

quinta-feira, novembro 09, 2006

Tyler



"Apenas depois de perdermos tudo é que estaremos livres"

domingo, novembro 05, 2006

Cenas Cariocas

Sexta-Feira, 03 de novembro. Praia de Copacabana. Eu, de agasalho, na garoa, um frio lascado, pedindo informação sobre o ponto de ônibus pra um flanelinha tatuado com dizeres evangélicos, em frente a um edifício chamado..."Parnaíba".