Terehell

terça-feira, novembro 25, 2008

Quem Mandou Não Tocar Cover?!


Sabe aquela tirada canalha "quem mandou não estudar?!" que todo mundo ouve, a sério ou de gozação? É por aí.

Ok, uns ficaram putos, outros entenderam a piada. Muitos não entenderam nada. A verdade é que no final das contas a gente só quer que as pessoas façam um auto-questionamento, que simplesmente olhem ao redor e analisem a situação. Não queremos boicotar nenhum lugar, nem ninguém, muito pelo contrário.

O espaço é novo, central (e vai ter bar, pra felicidade geral da nação), o ingresso é popular e o som é honesto - isso eu garanto; e também é cedo, funcionando como aquecimento pra noite de sábado.

Adiante, pois.


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NöVA no Teatro do Trilhos
(ao lado do Espaço Cultural Trilhos, na av. Miguel Rosa, antg. RFFSA)
29 de novembro
19hs (em ponto) - Entrada R$1,99
http://www.myspace.com/noova
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quinta-feira, novembro 20, 2008

Na Sala de Espera

Casal se senta numa sala de espera. Ela puxa da bolsa uma revista semanal de grande circulação nacional cuja capa estampa o recém-eleito presidente dos EUA, Barack Obama:

Mulher: "Trouxe pra você ficar lendo..."
Homem: Ah, que beleza! Tô pra deixar de assinar, é só propaganda...Ih, olhaí ele! Vão passar fogo nesse cara! Lá eles já mataram gente muito maior que ele, lembra do Kennedy?! Há! Esse não dura muito! Quando ele começar a pôr as coisas dele pra funcionar, apagam ele, ele quer ser o Lula de lá!"
Mulher: "..."


Moral da estória: Depois sou só eu que pensa essas coisas!

segunda-feira, novembro 17, 2008

Por Onde Andará Evan Dando?

domingo, novembro 16, 2008

Moinhos de Vento


Me estranha toda essa euforia.

O presidente não é nosso, é deles; tudo bem que aquilo que ele decidir vai a curto, médio ou longo prazo influir nas nossas vidas; mas penso também que pouco vai mudar, afinal ele vai jurar manter em primeiro lugar os interesses do povo dele.

Já chega de procurar o Sassá Mutema aqui e fora também. Super-Homem não existe, o que pode existir é o Super-Demagogo, versão 2.0 do lobo na pele do cordeirinho. Nós aqui descobrimos, amargamente, que o "salvador da pátria" pode parecer "super", mas tem as mesmas fraquezas que qualquer "homem".

Que venha Obama...

sexta-feira, novembro 14, 2008

Via Sacal

O Via Funchal é uma casa de shows (?) que não deve haver equivalente em qualquer outro canto do universo. Não pela localização, pela suntuosidade ou pelas atrações que lá frequentam vez por outra, mas pela chatice dos seus seguranças. Começa da fila pra retirar ingresso, você já ouve um pito do senhor de paletó e cabeça milimétricamente raspada pra ficar de documentos na mão, a postos pra não dificultar a entrega, como se ninguém ali tivesse a mínima pressa de entrar. Depois tem a revista, a checagem (dupla) do ticket, da carteira de estudante...E se você fumar, cuidado redobrado: com sua saúde e com o segurança reclamando que você está fumando em local não permitido. Depois do show, nada de ficar pela pista sentado descansando de uma hora e quarenta de show, a segurança literalmente te "tange" pra fora! Mas fora mesmo, se você insistir em ficar pelo lobby eles te põem pra calçada. Um cidadão, após o terceiro "convite" pra sair perguntava ao segurança, em claro tom de gozação, se o mesmo lhe arranjaria um táxi. Ok, os seguranças só fazem a parte deles, mas não precisavam querer fazer com tanto esmero.




Graças a Deus os seguranças me deixaram ver em paz ao R.E.M. Uma hora e quarenta de show que ninguém podia estragar. Só Michael Stipe, e olhe que ele quase consegue, não tocando algo ruim mas enfiando Barack Obama onde não devia. Tudo bem que Stipe, um sujeito liberal, não veja a hora de Bush dar o fora da Casa Branca, mas tudo tem hora e lugar. O set era bem dividido, coisas de "Acellerate", outras preferidas de "Automatic for the People" (92), "Monster" (94) (ao qual "Acellerate" remete diretamente) e "Green" (88), e espaço até pra coisas muuuito antigas como "Fall On Me" (de "Life's Rich Pageant", de 86) e uma faixa de "Fables of Reconstruction", no hoje longínquo ano de 1985, cantada pelo baixista Mike Mills.



Iluminação econômica e um "telão" no fundo do palco que reproduzia imagens da banda com qualidade de webcam, filmando posicionada à altura dos monitores de chão, dispensou inclusive os telões laterais da casa. Nada parecido com o que o Nine Inch Nails traria ao mesmo local num show recentemente cancelado, mas fez muitíssimo bem a função. Show tranquilo apesar das 5.500 pessoas dentro da casa (que fica num mezanino, bom que se diga). Lô Borges assistiu ao show dois passos atrás de mim, e com certeza não foi lá ver o conterrâneo Wilson Sideral, irmão de Rogério Flausino do Jota Quest, escolhido pra fazer o show de abertura (que nem eu nem ninguém deve ter feito questão de ver).

Agora vou me mandando rapidinho antes que a segurança apareça...

P.S: Camiseta na banquinha de merchandising por 50 REAIS é p*%$#@!

quinta-feira, novembro 13, 2008

So Happy When It Rains

Me pergunte qualquer coisa, menos onde fica a Vila dos Galpões, na verdade uma fábrica de plástico desativada em algum ponto da margem direita do poluidíssimo rio Pinheiros. Nem os próprios paulistanos sabem ao certo que bairro é aquele. Coisas da paulicéia...Fato é que o lugar é enorme, suficiente pra abrigar um palco ao ar livre, um galpão "eletrônico" e um outro "indie". There we go, boys...

Nada contra nem a favor de Vanguart e Mallu Magalhães, embora prefira os sulmatogrossenses. A Mallu espero que entre numa fase elétrica e/ou psicodélica logo depois dessa fase folk-celular pela qual ela está passando. Eu vim mesmo ver Jesus & Mary Chain. Mesmo que às sete horas da noite, no horário da minha terra.

Um belo dia de sábado em 1989 eu sai de casa com o dinheiro de uma semana inteira de lanche pra comprar um vinil de "Automatic". Dezenove anos depois, num mesmo sábado, uma menina que devia estar mamando no peito da mãe quando eu saí da loja do Cabeludo com uma cópia do meu primeiro disco dos irmãos Reid chora copiosamente ao meu lado durante a execução de "Some Candy Talking" (single de 1986!). Há esperança pro mundo: Se ela tem os discos ou só as MP3, quem liga? Cultura é algo que se passa adiante, e assim vejo que nem tudo termina na Mallu, apesar dela e do Offspring terem tido mais mídia que o TJ&MC nas chamadas deste bendito festival.
Não há expectativas sobre um show dos irmãos Reid fora o setlist. Eles fazem o estilo "nem te ligo" todo tempo, não agradecem naquele português de quem está com a boca cheia de bolacha maria (como fazem os artistas estrangeiros quando querem ser forçadamente simpáticos) e não apresentam músicas e outros integrantes da banda. Não há solos individuais e o clima os permite errar e voltar como se estivessem tocando no pub da esquina de casa, como acontece na introdução da terceira música, "Far Gone & Out" (Honey's Dead, 92). Jim Reid espia por alguns segundos, incrédulo, a platéia de umas 10 mil pessoas (cálculos meus) enquanto seu irmão William, alguns quilos mais gordo, passa batido no seu lado do palco e parece se preocupar mais em dialogar sua guitarra com a bateria. Nada de muros de feedback, tudo muito preciso, audível e bem equalizado. Uma hora desfilando repertório por singles de todos os álbuns. Pra lavar a alma de qualquer fãs, fosse ortodoxo ou cristão novo.

Vaguei feito fantasma pela Vila dos Galpões, por vezes no turbilhão de gente. Passei batido no Offspring e também no Bloc Party. Ainda vi um pedacinho do show do Spoon, bem interessante, mas me guardei pra ver qual seria a do Breeders, já que entraram de última hora, junto com Offspring. Nem sabia que Kim Deal tinha voltado com a banda, e imaginava que sua irmã gêmea Kelly ainda estivesse em cana por uso e posse de heroína, mas eu estava enganado, docemente enganado.

Mesmo com um problema num monitor de chão e um atraso significativo, as Breeders soltaram os cachorros num set de pura covardia. Quantas bandas você conhece que tem uma música como "Divine Hammer" pra sacar da manga logo nos primeiros dez minutos de show? Fora a simpatia das irmãs Deal, acrescidas de uma guitarrista de longos dreadlocks ruivos cujo nome não me recordo ("Ela é de Miami, Flórida!" , sacaneava Kim ao microfone). E tome lenha! Estivessem no palco lá fora, teriam roubado a noite, sem dúvidas. Kim olhava pro resto da banda e sorria, como quem alega "eu não falei que ainda dava certo?". Depois eu nem quis ver Kaiser Chiefs, nem que eles fossem os Brahma Chiefs (sacaram? Dãh!). Eu ainda tinha outra banda da minha vida pra ver dali dois dias.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Terra de Ninguém

Lá, do outro lado do espelho, o vento não pede licença pra descer vários metros abaixo do solo e congelar o ar dentro do metrô. Os pombos caminham desenvoltos em meio às pessoas, bem mal-acostumados a ganhar uma migalha ou outra. Disputam espaço com os mendigos, enrolados em grossos cobertores, falando sozinhos, puxando cachorros, se algum deles tem uma estória, já esqueceu. Dormem a qualquer hora do dia ou da noite, embaixo das marquises pra se proteger da chuva, que cai sobre todo mundo, seja eu, mero viajante, ou sobre Marcelo Rubens Paiva na sua cadeira-de-rodas motorizada. Ele tem pressa, eu tenho pressa, a Avenida Paulista inteira tem pressa; e o céu, eternamente embaçado, abre o olho por cerca de três minutos no final de uma tarde enlameada de sábado; e, tímido, o sol dá uma espiadinha e some. A Rua Augusta tem pressa, Clemente Nascimento tem pressa de atravessar no sinal e sumir dentro da portinha do Pedaço da Pizza. Um garçom cearense tem pressa de me servir enquanto os travestis tem pressa de irem se montar em casa pra mais tarde disputarem espaço com os alternativos vintage e a deselegância discreta das paulistanas. O bilheteiro tem pressa de dar troco e o baladeiro perde a paciência. Em meio a tanta pressa, somem a educação e a gentileza. O único zen ainda nesta cidade é Lô Borges, que assiste um show próximo a mim numa segunda à noite (mas ele é mineiro, não vale...). Até os seguranças tem pressa de pôr as pessoas pra fora. O coelho de Alice tem pressa, e do outro lado do espelho, essa terra é de ninguém.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Quase Lá...

sábado, novembro 01, 2008

Palhetadinha

Melzinho na chupeta de mais tarde no Boemia procês...



Gostaram? Pois cheguem cedo.