Terehell

sábado, maio 31, 2008

The Song Remains O Quê Mesmo?!

Já disse aqui hum milhão de vezes: Nunca ganhei um puto com Rock.

Mas continuo vestindo a camisa (e até a cueca) do dito cujo.

Mil ratos já passaram, todos eles enfeitados. Passaram, passam e passarão.

Vivo dizendo: Eu continuo. Sou do Rock, não estou no Rock.

Right, fellas?

E pra quem ler isso a tempo, hoje tem Rock que importa no Bueiro. Titãs é pra mauriçolada...Já deu, infelizmente.

sexta-feira, maio 23, 2008

Cantiga de Viver

Nosso último tesouro vai começar a esvair-se. A língua portuguesa vai passar por um "delineamento", afim de ser padronizada para nós e os países menores onde ela ainda é falada. Ora, mero imperialismo cultural tardio. Padronizada a língua, ficará mais fácil aumentar o mercado para livros, filmes, seriados e novelas nesses pobres países, onde o português é língua oficial, mas em raros casos não se fala algum dialeto.

Aí eu parei pra me tocar de uma coisa: o quê mata uma língua? Sim, porquê todo mundo aqui conhece a expressão "língua morta"... A língua comete suicídio, se esvai, é mutante ou vai se degradando? Ou será o uso descontrolado de expressões estrangeiras algum tipo de grupo de extermínio?! Nossos descendentes, num futuro talvez bem próximo, precisarão de um dicionário da própria língua para lerem um Machado de Assis, um Guimarães Rosa ou um Saramago, quiçá...

Bom, não podia passar sem falar na partida do meu vizinho mais ilustre (não, não é o André Gonçalves, é outro vizinho ilustre...). Durante quase dez anos nos cruzamos pelos elevadores, no calçadão, dentro dos carros na garagem. Inúmeras vezes assisti aos imortais subindo e descendo para corteja-lo à hora do famoso beijú com café, poucos metros acima da minha cabeça; mas quero crer que, assim como eu, estas pessoas torciam para que ele achasse logo um canto sossegado onde encostar sua cruz. E neste mundo, só cada um sabe o peso de sua própria cruz. Adeus, 'seu' Dobal (como chamava a secretária de casa), no dia em que a língua-mater, a qual você tratou como um artesão, começou a ser mexida:


Sozinho na cama
um homem espera sua hora
A inesperada hora de tantos
A vida é uma cantiga triste
mais triste e à-toa que a das andorinhas
Las oscuras golondrinas
tão mal vivida
tão mal ferida
tão mal cumprida

A vida é uma cantiga alegre:
o primeiro sorriso de cada filho
e todos os microamores
que inutilizam a vitória da morte


P.S: Hoje choveu tanto que as ruas do bairro, excepcionalmente, se inundaram, como se chorassem a sua partida.

quinta-feira, maio 22, 2008

Boa Notícias do Feriado

Ê-lê-lê...Andei sabendo que estamos prestes a sair da idade das trevas. O PI pode, finalmente, ter um braço da ABRAFIN por aqui. Vamos sair dos vinte anos de atraso! Vai ter gente torcendo pra não vingar, mas eu, de já, torço demais que a coisa engrene...

E pros que têm saudades do meu eu-jornalístico cultural-musical, caiam de boca

quarta-feira, maio 21, 2008

Volta, Odorico...

Agora é oficial: Igrejas podem fazer barulho; bares, casas de show e restaurantes continuam sem poder.

O que vale pra Chico nem sempre vale pra Francisco; principalmente se o rebanho de Franciscos for um bom curral eleitoral.

Enquanto isso tem out-door ainda do dia das mães pela rua. Juro que me corre um frio pela espinha quando vejo essas demagogias, me sinto na Alemanha entre-guerras, vendo o nazismo tomar de conta e sem poder fazer nada.

Mas eu continuo dizendo: cuidado com o lobo fantasiado de caçador que vêio salvar a vovozinha...

sábado, maio 10, 2008

Zenn-La


a silver figure gazes an infinite drowed with ink
and adorned with false painted stars

remains of home
reminds of life

far away

into nothing

quinta-feira, maio 08, 2008

Tio Patinhas

Agora pronto: descobri o prazer (tardio) de juntar dinheiro (mesmo que seja pra sair de uma enrolada).

Tô ferrado.

segunda-feira, maio 05, 2008

A Volta do Faquir

Há alguns meses atrás a banda inglesa Radiohead pôs seu último disco de estúdio, "In Rainbows", na íntegra pra baixar na net. Quem baixasse dizia quanto queria pagar pela bolacha. Agora é a vez do infant terrible Trent Reznor, homem-banda por trás do Nine Inch Nails, assinar a conta: seu mais recente trabalho, "The Slip" está ao alcance de um mero cadastro de mail válido. Por esse mail você recebe um link e baixa o disco em diversos formatos, com arte gráfica e tudo mais. Reznor é um cara que além de fazer boa música sabe ser marqueteiro. Surgido no mundo da música no finalzinho dos anos 80, virou darling caindo na graça de artistas consagrados da indústria, que passaram a incensa-lo em entrevistas e sonhar em desenvolver com ele projetos e parcerias. A lista começou a ficar comprida. Gente como Axl Rose (Guns'n'Roses) e Flea (Red Hot Chili Peppers), curtindo os louros da fama com suas respectivas bandas, diziam jogar tudo pro alto pra ter a honra de se banhar nas águas do talento de Reznor. Pianista de formação, TR preferiu dar um pouco mais de polêmica a seu trabalho. Entre 91 e 94, além de lançar discos como o EP "Broken" e "The Downward Spiral", Reznor comprou terras no rancho que pertenceu a Charles Manson e sua "família", assinou a trilha do sangrento "Assassinos por Natureza", de Oliver Stone, rolou na lama na reedição do festival de Woodstock e têve clips censurados nas TVs americanas, caso de "Closer" (cujos versos "I wanna fuck you like a animal/You keep me closer to God" não desceram bem garganta abaixo das tradicionais famílias estadunidenses na hora da janta). "Closer" virou também grand finale de "Sev7n", quando Brad Pitt acha a cabeça de Denzel Washington dentro de uma caixa. Num hiato de quatro anos, enquanto preparou o duplo "The Fragile", colaborou com ídolos como David Bowie (no vídeo de "I´m Afraid of Americans", onde aparece como uma das ilusões paranóicas de Bowie, metralha carros e ao final carrega uma cruz) enquanto Axl Rose dizia aos quatro ventos que seu "Chinese Democracy" seria uma parceria da dupla. A última música gravada em vida pelo herói country Johhny Cash foi justamente "Hurt" e seu clip, com Cash passando em revista à sua vida pregressa em filmagens de arquivo,casando com a letra ("what have I become?/My empire of dust/Everyone I know/Goes away in the end"), ganhou até Grammy. Voltando a fazer álbuns regularmente no novo milênio,com os massacrantes "With Teeth"(2005) e "Year Zero"(2007), virou crítico ferrenho da era Bush e agora resolve agraciar seus fãs com um disco de graça pela net. Corra e baixe o seu: http://theslip.nin.com

domingo, maio 04, 2008

Hoje



Ouvi noticias de muito longe batendo na minha porta
Eu vi os garfos, eu vi as facas em cima da mesa posta
Pra que mensagems e telegramas se voce chega e some
Tenho dinheiro e CPF mas não me lembro o meu nome

Não há mais festas nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas, eu vou embora
Hoje eu tô
atrasado

Pra que escolas e faculdades nao há nada pra aprender
Eu ja não vejo, eu ja não penso, ja não consigo escrever
Sou faixa preta, toco guitarra, um dia vou pular de asa
Durmo de dia, trabalho à noite, nem sei se volto pra casa

Não há mais festa, nem carnaval
Acho que eu fui enganado
me diga as horas, eu vou embora
Hoje eu tô
atrasado

Olho pro trânsito, olho o sinal, tá tudo engarrafado
Video-cassetes, computadores e outros codificados
Tem uma loira que tá afim, a ruiva diz que me ama
A nêga quer, eu ja nem sei quem eu levo pra cama

Não há mais festas, nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas, eu vou embora
Hoje eu tô
atrasado

Tô abafado, me dá licençaa, vê se sai da minha frente
Tenho miopia, sou hipotenso, meu pé tá sempre dormente
Amsterdan via Paris, acho que é nesse que eu vou
Mudei o corte do meu cabelo, já nem sei como eu sou

Não há mais festas, nem carnaval
Acho que eu fui enganado
me diga as horas, eu vou me embora
Hoje eu tô
atrasado