Terehell

terça-feira, outubro 31, 2006

Fortune Cookie Big Hits Vol.13

"Bem-Aventurados os que têm fome de justiça, porque a vingança é um prato que se come frio"

segunda-feira, outubro 30, 2006

Confirma:Anula:Branco


"Outrora, os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos melhores. Criou-se uma situação realmente trágica: ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina."

domingo, outubro 29, 2006

Fortune Cookie Big Hits Vol.12

"O corcunda é que sabe como se deita"

sábado, outubro 28, 2006

Mapa Astral

Eu nasci sob o signo de Virgem com ascendente em Virgem. Isso significa, basicamente, que Virgem como ascendente potencializa Virgem como signo, entenderam? Sou metódico, racional, chatinho e manipulador ao extremo (a quem veja nisso um defeito, mas se eu cheguei até a hora de estar escrevendo isso é uma prova que a convivência saudável é possível). Isso não é culpa minha, nem de uma conjunção/conspiração dos astros. As evidências pra uma cesariana que me trouxesse ao mundo num alinhamento sinistro desses apontam pros meus pais: uma virginiana, que não acredita em horóscopo porque a Rede Vida proíbe, e um sagitariano, mandão ao extremo. Vou poupar vocês sobre casas, luas, sóis e etc. Apenas quero atentar para o fato que essa foi a primeira cagada da minha vida, e que, se notada a tempo, explicaria muita coisa.

terça-feira, outubro 24, 2006

Estômago de Avestruz II - A Missão

Mais Patton, agora matando a saudade do Faith No More. Essa música é uma das minhas preferidas deles...

domingo, outubro 22, 2006

Petit Comité

Raramente eu ia a festas. Essa realmente era por uma boa causa. Geralmente sei o que vou achar nas festas, nada me surpreende tanto assim, não é como as festinhas de quando você é adolescente. Pra dizer a verdade, é totalmente ao contrário. Cheguei uns trinta minutos depois do horário combinado. Apanhei um terno comum, o do trabalho mesmo, tanto pra parecer que sai direto de lá para a festa (e assim justificar meus trinta minutos de elegante atraso) quanto para ser o mais discreto possível. Mal pus a mão na minha primeira dose da noite e me encosta um deputado que foi minha fonte numa matéria recente. Pelo bafo percebi que ele não passou a tarde na sessão. Ele me puxa forte pela gravata: “Seu filho-da-puta, você quase liquida minha carreira”. O velho babava pelo canto da boca e me cuspia enquanto enrolava a língua pra me xingar. “Vou acabar com você, fedelho! Você me paga por essa, seu...” Uma mulher loira soltou a mão do velhote da minha gravata, visivelmente constrangida, e o puxou para longe. Fiquei quieto, como se faz quando um cachorro bravo vem em sua direção. Se você fica quieto, o cão não se sente ameaçado, cheira, late, bufa, mas não morde. Aprendi isso na rua quando era criança. Encontro alguns colegas de faculdade. “Pôxa, você está bem,hein?” “Olha, li aquela sua matéria sobre as cervejarias e a isenção de imposto, muito boa!”. “E aí, rapaz, quem é vivo sempre aparece, né?” “Vamos marcar aquele futebol, me liga...”. Meus amigos de faculdade, e hoje colegas de trabalho são sempre legais assim. Há quem reclame das punhaladas profissionais, mas não tenho de quem me queixar, nunca tentei pisar no calo de ninguém. Uma socialite queria tirar foto comigo. “Sou amiga da Elizinha, Elizinha Cavalcante. Ela trabalha lá com você” Soltei um sorriso envergonhado. Elizinha pesa 150 kilos, vai a quatro festas, em média, por semana e cobra uma nota preta por foto em sua coluna. Tem fama de desbocada quando bebe, e trata mal 90% da redação. Eu sou os 10%, e algumas pessoas fazem piadinhas por causa disso, mas faço que não entendo, e a coisa fica por isso mesmo. Almeida, meu primeiro chefe-de-redação, me chama num canto, quer falar sobre o deputado bêbado.”o homem está fulo da vida. Rapaz, como você foi expor ele desse jeito?” Somos amigos, eu e o Almeida, foi meu primeiro chefe, segurou muito pepino pra mim. Sei que ele não quer favores do deputado, só manter uma diplomacia e segurar a fonte. Fontes são ouro. Só um doido como eu queima fontes assim. “Tudo bem, Almeida...Eu falo com ele essa semana, quando passar o porre”.Olhei pra mesa do deputado, ele gesticulava loucamente e a loira (que deve ser amante dele) afastava a mecha de cabelo do rosto, visivelmente envergonhada. Encontrei então com Gabriel, outro parceiro de faculdade. Soube que ele está separando, bebendo muito. Minhas terceira e quarta doses são com ele, lembrando que nossos primeiros empregos em redações foram fazendo obituários. Inventávamos as mortes mais bizarras pra preencher o obituário, daí um dia o Almeida, que acabou de me pedir pra fazer as pazes com o deputado mandou chamar os dois, queria saber quem inventava aquilo, achava o texto muito bom apesar da lorota. Dividimos a culpa: eu fui pra página de polícia e o Gabriel pros esportes; deslanchamos em direções diferentes. Fico arrasado junto com ele por essa maré ruim. “Boa noite...Achei que você não ia falar com a dona da festa...”. Meu senso de humor naturalmente negérrimo soltaria uma piada sobre ela dormir na geladeira, mas eu prefiri fazer cara de cão-sem-dono e me limitar a dar um “oi...”. “Adorei mesmo você ter vindo. Algumas pessoas apostaram que você não viria...” “Detesto desapontar as pessoas...” (como eu sou cínico. O que eu vim fazer aqui?). “Você já conhece o Alfredo?” “Dos jornais...”. (Alfredo Gama, playboy, adora cavalos, esquia em Aspen, morou na Suíça, quando criança, e em Israel, quando era adolescente e não sabia com que gastar sua rica mesadinha). “Olha, a Helena fala muito bem de você. Elogia sempre a sua inteligência e o seu texto. É um prazer conhecer você pessoalmente”. (Por que ela me mandou pra puta-que-pariu então?!) “Ah...Legal. Muita generosidade dela, faz parte do pacote de encantos”. Helena ria satisfeita, com cara de “finalmente-estamos-aqui-e-rindo-do-passado”. Imaginei os dois na cama e o uísque pareceu querer voltar boca afora. Hora de ir embora. Perdi o deputado de vista. Gabriel parece ter passado mal, sumiu também. Deus o abençõe e lhe dê uma boa ressaca. “Obrigado mesmo pelo convite. A festa de noivado de vocês estava ótima, mas eu pego no batente cedo, senão não mantenho a minha fama de mau...” (uma piada infame sempre deixa parecendo que está tudo bem). Dou as costas antes que ela me dê um beijo no rosto. Procuro a chave do carro e passo entre os dedos, tenho essa mania caso alguém resolva me atacar, e a fila é grande, todo cuidado é pouco. Encaixo a chave na fechadura. Juro ter ouvido apenas alguns poucos passos (Helena?). “Não vá deixar pra trás o que é seu, seu sacana!” O deputado acertou um tiro que me queimou um lado inteiro do corpo. Caio. (Helena...Helena...Cadê você, porra?). Gente ligando de celulares. Sirenes. Gabriel. Almeida. Ambulância. Apaguei. Os uísques e a mira ruim do deputado me custaram o baço e uns dias no hospital. Meu chefe me mandou um laptop de presente, com cartãozinho assinado pelos colegas da redação. Elizinha Cavalcante pôs uma notinha de pronto re-estabelecimento em sua coluna e veio me visitar. Gabriel ligou. O Almeida também. Perguntei do deputado: foragido, e além disso, tem imunidade parlamentar. Helena não ligou, nem veio me visitar.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Estômago de Avestruz

Vídeo banido dos mestres do Mr. Bungle. Tem coisas (booom...) que só Mike Patton faz por nós.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Play It Again & Again, Sam

frank black - "I heard ramona sing"
ash - "angel interceptor"
raimundos - "nariz de doze"
jorge ben - "a princesa e o plebeu"
the jam - "in the midnight hour"

terça-feira, outubro 17, 2006

Poema Sujo


(...)
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
(...)

segunda-feira, outubro 16, 2006

Ardeu,Tá?

Minha orelha esquentou muito esse final de semana.













O que vocês viram pra lembrar tanto de mim, hein?

domingo, outubro 15, 2006

24 Hours Party Wilson

Você pode não saber quem é Tony Wilson, mas provavelmente você já deu seu rico dinheirinho a esse visionário espertalhão (mas como ele mesmo diz, "formado em Cambridge..."). No final dos anos 70, Tony Wilson apresentava um programa de variedades e reportagens bizarras em um canal não-estatal da região de Manchester, cidade industrial ao norte de Londres. No período pré-Punk , ele foi uma das 42 almas vivas a pagar pra ver os Sex Pistols num cine pornô alugado. Entre as outras almas estavam pessoas que formariam bandas como Buzzcocks, Joy Division, Simple Red e The Smiths (mas como ele mesmo diz, "quantas pessoas haviam na Santa Ceia?"). Enquanto essas pessoas formavam bandas, Tony Wilson maquinava como iria ganhar fama e dinheiro com elas.

No epicentro do Punk, o programa de TV apresentado por Wilson era um dos únicos no Reino Unido a passar vídeos promocionais dos Pistols, Clash, Siouxsie & The Banshees, The Jam, etc. Nesse ponto, ao lado do DJ John Peel, Wilson tenha sido um dos grandes divulgadores nos meios de comunicação de massa do "levante" das novas bandas. Passada a hecatombe, mas antes dos destroços esfriarem, nosso anti-herói passou a fazer festas em bares locais, colocando bandas apadrinhadas. Sentindo a empatia do público, era chegada a hora de vende-las. Oferecendo um contrato "fifthy-fifthy" as bandas, criou o selo Factory (como ele mesmo diz, "inspirado em Andy Warhol") e montou um cast que por um bom tempo fez babar qualquer aficcionado por rock independente nos anos 80: Joy Division (e sua posterior encarnação, o New Order), Durutti Column e A Certain Ratio foram os carros-chefes da gravadora, que viu dinheiro entrar aos borbotões com o single de "Blue Monday", do New Order (ou "Diana Ross visita Manchester", mas isso não foi Wilson quem disse...).

Montado na grana (alheia), TW abriu o Hacienda, planejado para ser o clube mais arrojado e descolado da Inglaterra, onde as bandas da Factory tocariam todos os dias, ditariam o futuro do pop, e onde TW faria sua escalada gloriosa para o topo da fama. O Hacienda consumiu uma fortuna e levou anos para encher de verdade. Quando isso foi acontecer, uma nova cena de bandas estava estabelecida na cidade, nomes como Stone Roses, Inspiral Carpets e as "short name bands", como o James, adubavam as pistas com guitarras misturadas à batidas dançantes. TW, claro, descobriu a fonte da genialidade no Happy Mondays, um combo que mais consumia drogas que propriamente fazia músicas.

Mirando no elefante e acertando na mosca, os Happy Mondays viraram febre e o Hacienda lotou finalmente de gente descolada, formadora de opinião e ávida atrás de Ecstasy, a pílula do amor que botava os doidões pra dançar a noite inteira sem cair (na verdade um coquetel vagabundo de anfetaminas, fabricado por traficantes de quinta categoria no fundo do quintal). Como o balcão do Hacienda não vendia Ecstasy, o dinheiro ficou todo na mão dos traficantes na calçada, e o clube fechou as portas de vez em 1993.

Seria esse o fim da lenda-viva? Qual nada...TW amealhou produtores e partiu para o cinema. Um romance? Um drama shakespeariano? Sua própria vida, sem pudores e , claro, na versão dele próprio. "24 Hours Party People" mostra tudo que foi contado aqui e muito mais, inclusive as baixarias (que não foram poucas...). Pra não fugir da vocação à polêmica, TW pôs diversos personagens da vida real na película, mas também teve de tirar alguns, como Stephen Morrissey, que aparece apenas nos extras da versão em DVD; motivos legais, óbvio.

Agora, você leu isso tudo e não descobriu onde foi que você morreu com um vintém pra esse figura? Lá pelo longinquo ano de 1987, TW vendeu um "pacote" da Factory a uma pequena gravadora brasileira, que finalmente colocaria nas prateleiras tapuias o catálogo dourado de Mr. Wilson, tão disputado nas importadoras pelos antenados e descolados de plantão. Mas o item de ouro da Factory, o compacto de "Love Will Tear Us Apart", canção emblemática do Joy Division, ficaria de fora, pois no Brasil já não se fabricavam mais compactos há dez anos. Sem problemas: TW mandou "compactar" a faixa no àlbum "Closer" e passou adiante, tornando essa versão brasileira coisa de colecionador, pois é única na face da Terra. Como o próprio Tony Wilson diz, pirateando o diretor americano de cinema John Huston, "se você tiver de escolher entre contar a estória real ou a lenda, conte a lenda...".

sexta-feira, outubro 13, 2006

Fortune Cookie Big Hits Vol.11

"Nada Melhor Que Um Dia Após O Outro..."

quinta-feira, outubro 12, 2006

Som Na Caixa, Psiti!

A tecnologia nos permite agora tocar a música que pulamos ontem no show. Obrigado a todos que foram (e não foram poucos). O Degüella vos amará eternamente.


quarta-feira, outubro 11, 2006

Onze de Outubro


Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha

Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda

Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente

Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
É só maldade então deixar um Deus tão triste

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda: assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi

Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes

Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda: assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi

Mas nos deram espelhos
e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui

terça-feira, outubro 10, 2006

Reticências


"O orgasmo é um prato de batatas-fritas"

segunda-feira, outubro 09, 2006

Deu no Piracuruca Times...

Este humilde blog, descobri eu por acidente, foi citado na coluna do meu amado mestre e irmão rubro-negro Francisco Magalhães, do jornal local O Dia; graças a Deus não na manchete do Piracuruca Times, nem pelo "colaborador" Petronílio Penaforte. Fomos alçados a veículo de boa conduta musical (ah bom...).

Anônimos silenciosos que vagam eternamente por aqui, enfim...

domingo, outubro 08, 2006

Terehell Radio #3: Os Marditos

Lá por 1988 as gravadoras sentiram que a poeira do BRock estava baixando. Inchadas de contratados, não sabiam mais como administrar a briga de cão que até há pouco travavam para vitaminar seus catálogos. Alguns selos apareceram para escoar tanta gente doida pra botar a cara no mercado, o mais célebre deles foi o Plug, um selo da BMG-Ariola, que além de tomar conta do vastissímo celeiro de bandas gaúchas (Engenheiros, TNT, Replicantes, Garotos da Rua), ainda arriscava gravar coisas novas do Rio, SP e MG, mas em menor escala. Em SP, lojas da galeria, como a Baratos Afins e a Wob Bop montavam selos pra garantir a produção local, mesmo ficando devendo em distribuição aos selos cariocas, que eram veiculados a gravadoras grandes. Nesse banzé, apareceram as quatro bandas que você escuta nessa edição do Terehell Radio:

Picassos Falsos - "Wolverine": Vindos da Tijuca, zona norte, os Picassos negavam o "rock de bermudas" do Rio zona sul. Pelas letras de Humberto Effe coexistem pacificamente quadrinhos da Marvel, travestis da Lapa, Noel Rosa, homens que beberam até a alma e manchetes de jornais sensacionalistas. O som joga Jimi Hendrix na feira de São Cristovão, James Brown no Zicartola e pega ainda Echo & The Bunnymen e R.E.M de raspão. Voltaram em 2003, independentes, com um disco de inéditas.

Black Future - "Eu Sou o Rio": A dupla Tantão e Satanésio já era figurinha carimbada na cena underground carioca quando da formação do Black Future. Num mix de Suicide com partido alto (alguém falou Lado 2 Estéreo aí?!) desenrolam-se textos sobre a carioquice às avessas, citando João do Rio, Sérgio Mallandro e Zé Kéti. Ao vivo contavam com músicos de apoio, como Edinho Milese (da banda Kongo, pioneira no ska "two-tone" no Brasil) e aplicavam performances inspiradas no teatro do absurdo do ator e dramaturgo francês Antonin Artaud. Foram imortalizados na letra de "Porcos Fardados", do Planet Hemp, alguns anos depois, quando a guitarra voltou à moda.

Hojerizah - "Pros Que Estão em Casa": Uma legítima "one hit wonder". Mesmo gravando dois discos, o Hojerizah não conseguiu emplacar mais nada além dessa faixa, que pontua bem os vocais operísticos de Tony Platão e as guitarras bem acabadas de Marcelo Murrah. Chegaram a ter peito de musicar "A Canção da Torre Mais Alta", poema do simbolista francês Arthur Rimbaud, e por isso eram considerados "difíceis" de vender pelos marketeiros da gravadora.

Vzyadoq Moe - "Redenção": Do outro lado da Dutra, vindos da interiorana e industrialesca Sorocaba (que anos depois ganharia a alcunha de "Manchester brasileira")o Vzyadoq Moe causava estranheza pelo uso de percussão feita de latas e uma lírica de fazer inveja ao inclassificavel poeta paraibano Augusto dos Anjos. Ainda tocam no circuito paulista e sairam numa coletânea internacional ao lado de Akira S, Voluntários da Pátria, Smack e outros, em 2005.

sábado, outubro 07, 2006

40° à Sombra do Sol Noturno

São 02:00 da manhã, mas amanhã (ou melhor, mais tarde) vai ser sábado mesmo. Nada de bater ponto, nada de ensaio. E a semana que vem só vai até quarta mesmo. Finais de semana tem servido pra dormir. Ou tentar dormir. As vezes me sinto numa daquelas casas chinesas onde os viciados se enfurnavam durante a guerra do ópio: perde-se a noção do tempo, o próprio tempo, a vida lá fora. Mas e daí? Eu não tenho a escolha de gastar meu tempo do jeito que me for mais conveniente? O calor derreteu a peça da antena e a TV a cabo está sem som. A água da torneira sempre está escaldante em qualquer lugar, comecei essa semana que finda hoje doente por causa do calor. Galões d'água, falta ar-condicionado que chegue; em casa, no carro, em qualquer lugar. Uma imagem de agonia: Um vendedor de urso gigante de pelúcia, esperando ônibus na praça da bandeira, às 17:30. Bob Dylan diz em sua autobiografia que os lugares frios são mais cheios de esperança, pois as pessoas sabem que mais cedo ou mais tarde o clima vai mudar e tudo vai mudar junto. Nos trópicos, onde é quente todo tempo, nada muda. Rimbaud vendeu armas ao rei da Absínia. Charles Bukowski separou cartas num depósito no subsolo dos correios em L.A . Rubem Fonseca foi delegado de polícia. Lou Reed vendia o próprio sangue quando a grana apertava.

E assim a vida no nono andar continua.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Nazarin


"...Estou aqui descascando um abacaxi."
"Isso é lenda: abacaxi é doce, e é moleza de descascar"
"Mas é que eu descasco com os dentes..."

quinta-feira, outubro 05, 2006

Top 5 No Repeat Nowadays

Posso não ter o charme da Juliana Alves, mas eu dou minhas cacetadas...


Miles Davis - "so near, so far"
Tom Waits - "starving in the belly of a whale"
Cypress Hill - "checkmate"
Bauhaus - "she's in parties"
Korn - "thoughtless"

Como alguns sabem eu tive uns probleminhas "maquinários" e fiquei sem as ferramentas que eu usava pra fazer os podcasts, mas se tudo correr conformemente o planejado, a Terehell Radio volta ao ar nesse final de semana.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Corridinha

The Dilinger Escape Plan, uma das bandas mais doidas da face do planeta, descubra o porquê...

terça-feira, outubro 03, 2006

Novos Inquilinos

Brasília vai receber alguns novos inquilinos em janeiro. Na verdade não são bem inquilinos, pois dificilmente irão fixar residência na capital federal, de clima seco, arquitetura fria e sem muita coisa a fazer se não for trabalho (e como diria Romário: "Treinar pra que? Pra que treinar?"). Quatro desses "residentes", que darão duro de terça a quinta, são os deputados federais mais bem votados do Brasil. Não tanto por suas popularidades, mas por virem do maior colégio eleitoral do país, São Paulo. Eneas Carneiro, físico, matemático, cirurgião cardiaco e doido full-time, caiu do ranking; foi o mais bem votado há quatro anos, com mais de hum milhão de votos. Eneas é o bastião do PRONA, um partido com tendências claramente direitistas, e, longe da imagem de Eneas, recheado de brigadeiros, generais e reaças de carteirinha. Um lugar acima de Eneas está o costureiro e ex-apresentador de TV Clodovil Hernandez. Conhecido por ter a língua tão afiada quanto sua tesoura, Clô (para os íntimos) já se mostrou, em suas primeiras declarações como representante do povo, curioso para conhecer a mobília de seu futuro gabinete, além de vaticinar que depois de sua chegada, Brasília ficará "chiquérrima". Dando à Cézar o que é de Cézar, Clô ao menos colabora há anos com casas de amparo a menores em situação de risco. Outro bem votado que emplaca mais quatro anos em Brasília é Celso Russomano, ex-repórter do jornalistico "Aqui, Agora", a matriz dos programas policiais mondo cane. Celso, antes de enveredar pela política como vereador e deputado estadual em SP, resolvia brigas de vizinhos, denunciava lojas e comerciantes que não respeitavam o consumidor e criou, para encerrar suas matérias, o bordão "Estando bom para ambas as partes...Celso Russomano, aqui...agora!". Paulo Salim Maluf é um velho conhecido do povo brasileiro. Descendente político de Ademar de Barros (o do "rouba mas faz"), Maluf já fez de tudo um muito nesse país nos últimos quarenta anos: Já foi prefeito e governador em SP diversas vezes; na primeira delas, em 1970, mandou dar de presente um fusca a cada jogador da seleção tricampeã na copa do México, prêmio esse que foi obrigado a ressarcir ao estado, mais de trinta anos depois. Sobre a criminalidade galopante na capital, ainda nos anos 70, Maluf cunhou outra famosa frase, a respeito dos crimes sexuais seguidos de morte: "Estupra, mas não mata". Na metade dos anos 80, Maluf se posicionou como candidato civil chapa-branca dos militares para a sucessão de João Figueiredo, viajou por diversos estados tentando angariar aliados, muitas vezes de maneira nada ortodoxa, e acabou gerando um tumulto bíblico (contra si) quando da sua passagem pelo Maranhão. Perdeu no famigerado colégio eleitoral para Tancredo Neves e seu vice maranhense, José Sarney (Que por sinal volta também a cena, como senador pelo Amapá). Ultimamente Maluf não andava muito bem. Grampeado pela policia federal, foi arrolado, junto com um dos filhos, num esquema de lavagem e remessa de dinheiro para paraísos fiscais no exterior. Há menos de dois anos Maluf passou alguns dias preso, e, mesmo tendo recebido esfihas na cela, sofreu, segundo seus advogados, um pré-infarto e voltou pra casa. Da lama aos quase meio milhão de votos. O quinto inquilino não é deputado federal, na verdade ele nem é um ilustre desconhecido na política: Fernando Collor de Mello já foi presidente da república, o primeiro a ser tirado do cargo, por sinal; e agora, senador por Alagoas. Collor deve revitalizar a casa da Dinda para os próximos oito anos, renovar os estoques de CDs de sertanejo, mandar fazer revisão nos jet-skys e na cascata do jardim; e se tudo correr como ele quer, encomendar uma nova coleção de camisetas panfletárias para as corridas dominicais, pois Collor 2010 vem aí. Brasilia vai precisar mesmo do Clodovil.

domingo, outubro 01, 2006

Banda (I)Real

Comercial da BBC, muito bem aditado; salvo algumas escolhas questionaveis...