Terehell

domingo, abril 26, 2009

Com Quantas Faixas Se Faz Um Clássico




"Gimme Shelter" – Até hoje o refrão mais chiclete dos Stones. Regravada ao longo de todos esses anos por artistas que vão de Grand Funk Railroad a Hellacopters, passando por Tom Jones e New Model Army.

"Love in Vain" (Robert Johnson) – Os Stones revisitam uma de suas maiores influências.

"Country Honk" – Versão "intimista" do single "Honky Tonk Woman", gravada nos lendários estúdios da Chess Records (ouve-se os carros da rua ao fundo), em Chicago, onde os Stones acharam Muddy Waters varrendo a calçada.

"Live with Me" – Até hoje, aqui e acolá, nos shows da banda.

"Let It Bleed" – A faixa-título mais lado B da história!

"Midnight Rambler" – "Homenagem" ao serial killer que matou uma dezena de enfermeiras na cidade de Boston no ano anterior.

"You Got the Silver" – Keith Richards, o cara, soltando o vozeirão.

"Monkey Man" – Outro lado B. Umas das canções favoritas dos Stones aqui em casa.

"You Can't Always Get What You Want" – A letra é altamente dúbia, pode ser sobre levar um fora de uma garota ou ser deixado na mão por um fornecedor de drogas. Na dúvida, os Stones jogam o flagrante para o "Mr. Jimmy" (Jimmy Miller, o produtor do disco).


E ainda perguntam o motivo dos caras serem a maior banda de Rock do mundo!
P.S: Um doce pra quem lembrar de clicar no título do post...

sexta-feira, abril 24, 2009

Penas de Peso

Leonardo Panço e Evandro Vieira poderiam ter sido vizinhos de rua. Colegas de colégio, quiçá. Poderiam ter tocado juntos em alguma bandinha underground, dessas que duram uma boa década, lançam demos, alguns CDs, fazem pequenas turnês (na gringa até) e depois somem sem nunca tocar no Faustão ou na trilha da Malhação. Mas Leonardo Panço nasceu e fez sua estória na cidade do Rio de janeiro, enquanto Evandro Vieira viveu boa parte de suas aventuras no Distrito Federal. Em comum ambos têm influências, gostos, e largaram de carregar equipamento pra tornarem-se escritores, ainda que tão undergrounds quanto suas bandas eram.

Panço é da Vila da Penha, zona norte. Lá começou a ouvir e se empolgar com o B-Rock dos anos 80, com a tosqueira e a linhagem "faça-você-mesmo" do precoce punk tapúia. Nos anos 90 Panço fez parte de bandas como Soutien Xiita, têve fanzines feitos de recorte e colagem, onde começou a resenhar shows e gravações de outros grupelhos undergrounds. Lá pelo começo dos anos 00, Panço e outros egressos do fino do underground carioca juntaram suas experiências e fundaram o Jason, um comboio que lançou quatro discos e fez três turnês pelo Velho Mundo. Dessas turnês, pelo Brasil e exterior, nasceu o primeiro livro de Panço, uma espécie de diário-de-bordo. A idéia cresceu e virou um segundo livro, "Esporro", sobre as aventuras do jovem Panço na cena alternativa carioca dos anos 90. Este livro não viu a luz do dia (ainda). "Caras Dessa Idade Já Não Leêm Manuais" acabou vindo a ser o segundo, oficialmente falando.

"Caras..." é um apanhado de estórias soltas, de não-ficção ou não muito. A maioria se passa em andanças pela Europa, quando Panço, ao termino de uma turnê, continuou por lá acompanhando outras bandas brasileiras em turnê. Keibardi, seu alter-ego descaradamente bukowskiano, aparece vez por outra, como uma interferência que faz o leitor perder o senso se está ou não numa situação real ou ficcional.

Evandro Vieira foi até quatro anos atrás vocalista das bandas candangas Macakongs 2099 e Quebraqueixo. Passou sua adolescência em Brasília ouvindo hardcore, indo a shows e consumindo substâncias suspeitas com um punhado de amigos que vieram a ter uma certa projeção nacional, como por exemplo os Raimundos. Em "Esfolando Ouvidos", Evandro conta estórias de sua saga; do "Perpetão" às turnês dos Macakongs; muitas vezes cruzando e se confundindo com outras bandas de Brasília, como DFC, Os Cabeloduro e Little Quail & The Mad Birds. Evandro já está no segundo livro, que se chama "Grosseria Refinada", uma obra de ficção, claro, imaginem....

quarta-feira, abril 22, 2009

Bolo de Rôlo


Antigamente, muito antigamente, eu fazia umas resenhas tão bacanas do Abril Pro Rock que até tinha a cara-de-pau de emplacar nos jornais locais. Mas hoje, agora agorinha, estou meio doente e mau-humorado, então vou só passar cada banda em separado. Depois de um tempo, festival e vida ficam assim mesmo, que nem cachorro correndo atrás do próprio rabo.

Dia 16 - Sexta

Amp (PE) - Banda local. Têm lá seus fãs, amigos e parentes pra chegarem cedo, logo abrem a noite. Não vi, ainda estava do lado de fora.

Black Drawing Chalks (GO) - Mesmo com esse nome são a aposta 2009 do selo Monstro. Um MQN júnior, guitarras altas, cara de quem não é muito amigo de chuveiro e odes á cerveja. Na escala "grebo", nota 5.

Matanza (RJ) - Não sei qual meu problema com o Matanza. Talvez o excesso de clichês. O show foi bom, nada mais. Um show até correto pra quem tocou com um guitarrista suplente.

Decomposed God (PE) - Banda local de metal, das antigas. Com certeza tiveram sua meia hora de glória.

Motörhead (UK) - "Good evening: We are Motörhead and we play Rock'n'Roll!". Gastaria linhas e linhas aqui, mas pelos motivos já expostos me limito a dizer que o show seguiu basicamente o set do DVD "Everything Louder Than Anything Else", sem tirar nem pôr o pé do acelerador. Lemmy fala pouco com a platéia, se poupa pra aguentar o rojão de um show de duas horas. O som é extremamente alto e só não embola graças ao formato trio. Mataram 22 anos de espera do pirralho aqui.





Dia 17 - Sábado

Johnny Hooker & Candeias Rock City (PE) - Candeias é longe pra cacete e Johnny Hooker deve ser influênciado pelos finados Secos & Molhados, Marilyn Manson e Testículos de Mary. Destaque mesmo só o reforço do prata-da-casa e gente boa Marcelo Gomão (também da Vamoz!). Lá pelo meio do show tocaram um cover do Bowie ("Moonage Daydream") e pôs duas moças (...?...?) pra dançar seminuas no palco. Gratuito.

The Keith (PE) - Não foi só na gringa que o hype deu cria, no Recife também. Ano passado tinhamos Sweet Fanny Adamms, esse ano tivemos The Keith. Guitarrinha no sovaco, calça skinny e palhetada stacatto. Indústria cultural é isso? Para o mundo que eu quero descer...

Vivendo do Ócio (BA) - Esses pivetes ganharam um concurso de talentos patrocinado por uma tubaina num canal de TV aberta. Tem marra, são muito novinhos, mas também músicas muito bem sacadas, já demonstrando um certo amadurecimento. Se nenhum "midas" pusser violão demais na música deles, lançam bem mais que dois discos.

Retrofoguetes (BA) - Esses eu vi no mesmo APR tempos atrás. Banda afiada, instrumental, e que tem sede nesse tipo de evento. Não tem essa do som só funcionar em locais pequenos ou médios, pra platéias maiores como aqui engordam o repertório com Reverend Horton Heat e Dick Dale, e atocham até uma guitarra baiana safada guela abaixo da galera. Fizeram jus ao nome no cartaz.

Vanguart (MT) - Danou-se... Segundo show do Vanguart em seis meses. Ao menos esse foi curtinho. Cada vez mais querem ser a The Band, até na compra dos instrumentos. Tudo bem: você vai abusa-los em mais ou menos seis meses, são bola da vez. Uma versão de Dorival Caymmi deslocada no tempo e no espaço e uma "Leonor" sem pé nem cabeça ao lado de Fred 04 em pessoa.

Volver (PE) - O show do festival. Banda forte no som e também no marketing. Levaram o público na mão, estavam na cara do gol, tinham consciência disso e não medraram.

Heavy Trash (EUA) - Jon Spencer agora brinca de The Cramps. Enfadonho, porém didático.

Móveis Coloniais de Acajú (DF) - Um dos melhores shows de banda independente da atualidade. Acabaram de fazer seu segundo disco sob a batuta de Carlos Eduardo Miranda e administram bem a performance ao vivo. Nem o tempo limitado conseguiu bufar o show dos caras.

mundo livre S/A (PE) - Show que deu o pontapé inicial às comemorações de um quatro de século da banda. Pra tanto, Fred 04 deu pontapé na banda quase toda. Repaginado, desfiou um rosário de hits, que, incrivelmente, o mundo livre (minúsculo assim mesmo) tem.

Marcelo Camelo (RJ) - O Hurtmold ao vivo é luxo só. A banda nacional mais afiada já de um certo tempo, mesmo nadando contra a corrente e gravando longe do circuitão dos selos e produtores. Rob Mazurek (Ex-The Eternals) reforça o time no palco. São capazes de ir da dissonância misturada à ambiência até o mais puro afro-jazz num piscar de olhos. Marcelo quem? Camelo? Ahn? Aquele garoto barbudo ali no meio do palco? Ao menos ele não botou a namorada no show. Ela ficou quietinha no backstage.

Ia pôr os links das bandas, mas não estou de adular ninguém. Procurem pelo Google vocês mesmos, todas aí tem, ao menos, um myspace. As fotos são de Beto Figuerôa.

quinta-feira, abril 16, 2009

Overkilled

A pergunta é: quanto restará ainda da minha (precária) audição no sábado?






c'ya, fellas!

segunda-feira, abril 13, 2009

É Vero

"Não sei para que serve essa pedra, mas deve servir para algo. Pois se ela for inútil, então tudo é inútil. Até as estrelas, quem sabe..."


Postado anteriormente em 27.12.2006

quinta-feira, abril 09, 2009

Coelhinho Deixou pra Vocês...


Um belo "ovo" pra quem for de "feliz páscoa"...

segunda-feira, abril 06, 2009

Ciclos

Certas coisas na vida parecem predestinadas a cada um de nós. Não se trata de fatalismo, é o que nossos avós chamariam de "estrela", e nossos pais aprenderam a chamar de "karma". Kurt Vonnegut as chamava de "coisas da vida".

Nesse contexto, minha segunda começou com um jeito de dia feliz. Um aceno expontâneo, um sorriso de longe. Mas depois de algumas horas outras coisas que ainda se debatem emocionalmente moribundas me fizeram lembrar que não existem (mais) dias felizes.

Coisas da vida.

domingo, abril 05, 2009

Vereda Tropical - "Á Flor da Pele"

X: “-Você trabalha com tatuagem?”

Y: “-Sim, eu não tiro a tatuagem para trabalhar”.

sábado, abril 04, 2009

Wolverine: X-Men Origins

Acabei de ver e ponho a mão na geladeira: vai ser pau-a-pau com Watchmen.