Terehell

terça-feira, junho 24, 2008

Gastroenterolonomia

Uma amiga minha acolá quer fazer o roteiro gastronômico do Damásio. Como bom amigo, vou poupar o tempo (e a saúde) dela:





domingo, junho 22, 2008

Les Thugs

Não lembro bem de onde conheci isso, mas muito provavelmente foi dos Mondo Massaris da vida ou daquela coletânea "Virus 100" (onde eles tocam uma belíssima versão de "Moon Over Marine", dos Dead Kennedys). Apesar de franceses tiveram discos lançados regularmente por duas gravadoras independentes significativas nos EUA, Alternative Tentacles (do ex-DK Jello Biafra) e a Sub Pop (a manjedoura do grunge). Velhos preferidos de casa:

sábado, junho 07, 2008

Assim Falou Ferris


"Não que eu concorde com o fascismo, ou qualquer outro 'ismo'. Na minha opinião os 'ismos' não são bons. As pessoas não deviam acreditar em 'ismos', mas em si mesmas.

Eu concordo com John Lennon:
'eu não acredito nos Beatles, só acredito em mim.'

Essa frase é boa...Afinal era ele quem era o máximo. Eu também queria ser o máximo e não ter de me preocupar com as pessoas
"

sexta-feira, junho 06, 2008

Flashbacks


Por esses dias voltou à tona o velho assunto das drogas. Autoridades preocupadas, cobrando uma "frente", aquele discurso moralista requentado... O problema é bem profundo, mas é de saúde pública e de educação, antes de ser de polícia. O sujeito bebe uma garrafa do melhor malte escocês, do lúpulus selecionado, da caninha destilada na fazenda da família quá-quá-quá desde o tempo do dom-papai. Ora, sabe-se o que se bebe; a qualidade do produto é a maior propaganda dele mesmo. Já quem compra uma "dóla" na quebrada pode estar levando folha de bananeira seca no lugar do almejado "blunt". Sem falar em quem fica doidão por aí com bicarbonato, fermento de pão ou sal-de-fruta, usados pra dar aquele "ganho" de quantidade nos pós andinos. Mesmo o tabelado e arrecadador cigarro, com todas as porcarias que lhe servem de componentes, faz questão de pôr na caixinha as porcentagens da tóxina que você bota pra dentro em cada tragada. Se as pessoas tivessem realmente noção da má qualidade, em associação ao uso prolongado, já seria um chute na canela da glamourização das drogas. O que mata, ainda, é a falta de informação. Têm de reprimir o tráfico, o traficante, o aliciamento e todas os desdobramentos do mercado negro das drogas? Lógico, mas isso seria um problema bem menor se fosse morto pela raiz, ainda lá no criadouro.

Falando em glamourização das drogas, um feira de livros lançou uma campanha (louvável) anti-drogas, um plus na divulgação do evento. Mas eu pensei imediatamente: E Rimbaud e o absinto? E os paraísos artificiais de Boudelaire? E os fixs e yages de Borroughs? E Dionísio mascando ervas alucinógenas? Falta cultura pra cuspir na estrutura!

Antigamente o uso recreativo e criativo dessas coisas era bem mais seguro: retornamos ao detalhe da qualidade do produto, pois. O Brasil não precisa da Marcha da Maconha. Precisa, sim, de marchas contra a demagogia, a corrupção e a cara-de-pau dos políticos...

...Que vão lá tomar o seu uisquinho depois de um cansativo dia de fisiologismos, que ninguém é de ferro, né?

segunda-feira, junho 02, 2008

Hey, Bo Diddley!


"Sempre imitado, nunca igualado". Esse velho dito popular caia como uma luva para Bo Diddley, que subiu hoje pra tocar no bailão que rola lá pelo céu. Enquanto em sua terra natal, Bo, a.k.a Ellas McDaniel, era mais um artista negro vindo do sul racista, abrindo a machado uma trilha para o topo dos charts, na Inglaterra pré-invasão inglesa ele era lição de casa de garotos como os irmãos Davies, dos Kinks, que lá por 1965 levaram o refrão soletrado de "Cadillac" para o repertório de seu disco de estréia. A formúla mágica de Diddley era única, uma batida ritmada e sincopada em cima dos acordes do country blues, ligeiramente acelerados e saturados, não tinha como não virar rock'n'roll. Gente como Pete Townshend, do The Who, sabia disso, e fazia canções como "Magic Bus", totalmente Bo Diddley. Mas os EUA também se curvariam a ele, era questão de tempo. Garotos brancos como Robbie Krieger (The Doors) e Lou Reed também foram contaminados pela guitarra quadrada de Bo, em alguma transmissão de rádio noturna, enquanto fingiam pros pais que dormiam. Anos depois, em suas respectivas bandas, apareceram músicas como "Roadhouse Blues" e "Run Run Run", com a marca indefectível do ídolo. A sombra do groove de Bo Diddley perdurou por mais tempo ainda. Nos anos 80, uma versão cheia de distorções e microfonias de "Who Do You Love?" escalou as paradas britânicas com o Jesus & Mary Chain, enquanto o U2 pagou seu tributo inserindo a famosa levada em "Desire". Um dos pioneiros na eletrificação da música negra, Bo Diddley indo embora só deixa esse pequeno ponto azul na imensidão sem fim um pouco mais chato.