Mostrando a Porta da Rua
Ontem o governo do estado deu mais um passo para o engessamento permanente da nossa cultura. Agora tudo que for pra ser pautado no Teatro ou no Clube dos Diários terá de se adequar a editais, igual a compra de material em repartição pública. Quem oferecer mais por um custo menor, ou mesmo zero, leva a data. Assim a administração cultural estadual, se escondendo atrás da qualidade das apresentações, começa bem a sua segunda rodada no trono, despopularizando os espaços, afastando artistas e, consequentemente, público, e tornando seus palcos lugares cada vez mais remotos e vazios.
Enquanto isso na sala da justiça, a cultura municipal, com uma verba infinitamente menor, acaba de extender o projeto de formação de artistas e público do Teatro-Escola João Paulo II (ou Teatro do Dirceu, se preferirem) ao Teatro do Boi, no bairro Matadouro, oferecendo oficinas permanentes de teatro, dança e expressão corporal, além de uma agenda variada de espetáculos a preços populares, de segunda à sexta. Sem falar na lei de incentivo cultural deles, que realmente funciona.
Dá pra fazer cultura misturada com política? Foram essas mesmas pessoas que no início do governo do PT convocaram artistas e produtores culturais pra discutir uma "agenda participativa", e agora vem com essa de por pautas em pregão?
Bonecos com cara cada vez mais de madeira e muito tambor pra abafar a voz do povo. Para o mundo que eu quero descer!