terça-feira, março 31, 2009
domingo, março 29, 2009
Patinho de Quermesse
Não sou amigo pessoal do bailarino Marcelo Evelyn. Nunca frequentei a casa dele nem tomei cerveja com ele em boteco pé-sujo. Trabalhei numa relação "artista-diretor" por duas vezes com ele no Teatro-Escola João Paulo II, uma das poucas coisas de 1º Mundo em Teresina. Assim, no passado, porque Marcelo Evelyn, desde essa semana, não é mais diretor de lá.
A cultura no Piauí é algo que sempre vai de mal a pior. Além das panelas de costume, tem a falsa idéia de que quem consome cultura é "elitizado", logo acontecimento cultural, principalmente estatal, é algo semelhante à uma missa negra de altíssimo segredo e apenas pra iniciados. Quem, como eu, correu pelo lado dos "aculturados", reduzido a "pequeno burguês americanizado", nem tem voz nem vez; apesar de esbarrar nos mesmos problemas de recursos pra produção e formação de público.
Entre risos falsos, tapinhas nas costas e chuva de confete, Marcelo Evelyn peitou e enfrentou esse dragão. Assim implantou escolinhas e oficinas pra comunidade do maior bairro da periferia de Teresina, um lugar maior que 80% das cidades do interiorzão brabo do Piauí terra querida. Isso atrai bons frutos, como os grupos estrangeiros que por aqui passaram esse tempo todo, num teatro-escola com agenda fechada com até TRÊS meses de antecedência. Além de formar novos atores, mimicos e bailarinos, o JPII também formava iluminadores, sonoplastas, contra-regras, cenógrafos e tudo mais por trás do pano preto.
Mas assim como atrai bons frutos, também chama inveja, e quem perde com isso são os alunos das oficinas, são os pais e as crianças que não terão mais o Musicálogo nos domingos pela manhã, as pessoas, como eu, que se encantaram não só com os mimicos europeus, mas também com o trabalho de um cara que fazia as coisas com seriedade e responsabilidade. Pena que ser sério e responsável acaba transformando você num daqueles patinhos de quermesse, alvo fácil e almejado, levando chumbinho de todo lado, sem parar.
Tão antigo quanto a democracia é o laconismo, a prática de tirar a mobilidade cultural das pessoas pra que elas fiquem ignorantes e, consequentemente, manipuláveis. Os políticos sabem disso, mas as pessoas que trabalham com cultura sabem melhor ainda. Gente sem cultura não vota em quem quer, mas em quem é mandada.
Terminando como comecei, não tenho qualquer ligação ou vínculo com Marcelo Evelyn, mas me solidarizo com ele e com os que fazem/faziam o JPII ao ver a (pouca) cultura desse estado assim: mais um corpo estendido no chão.
Passe pelo blog do Núcleo do Dirceu e deixe também seu recado por lá.
Foto: Klayton Amorim
quinta-feira, março 26, 2009
Mais Tinta
Kenard Kruel vêio me trazer esta manhã a grata surpresa que reproduziu e levou em mãos à familia do grande poeta Ramsés Ramos, amigo do meu pai, a cópia de um texto que publiquei aqui falando das reminiscências dessa antiga amizade. Não posso descrever a alegria, primeiro porque texto daqui é como uma garrafa jogada ao mar, saber que ele foi bater na praia certa é muito gratificante. Saber então que emocionou e deixou feliz a todos por lá, melhor ainda.
quarta-feira, março 25, 2009
In Rainbows For All
Não existem coincidências. O arco-íris abaixo do avião, com o planalto central lá no chão, é puro presságio. Avião do Iron Maiden estacionado em Brasília é pura ironia. Só torcia mesmo por uma São Paulo sem chuvas e alagamentos. Tudo seco, até onde dá pra ser seco por lá, festinha de aniversário da Paçoquinha e pra fechar a noite desse "re-encontro", Gigante Animal e Eu Serei a Hiena na Outs; com o Panço, povo de Teresina transformando padaria em Mercearia e o Psiu do Kassab dando o ar da graça.
A gente costuma associar, corriqueiramente, a cidade de São Paulo com a expressão "caos", mas nunca imagina o que é isso realmente. Ronaldinho contra o Santos no Pacaembu e, no sentido oposto, Radiohead numa tal Chácara do Jóquei, um lugar bem afastado da zona sul paulistana. O motorista do táxi avisa logo: "se for em Taboão (da Serra, município contíguo a SP) a tarifa tem acréscimo de R$5 reais". Na verdade pareciamos mesmo estar fora do caos. No limite entre o Butantã e a Vila Sônia (lá onde nasceu Cafú) pessoas olhavam pela fresta das cortinas de suas pequenas casas aquela penca de gente estranha descendo e subindo uma sinuosa ladeirinha. A "procissão" vira atração; vizinhos põem cadeiras na porta, outra vizinha vai buscar café, e o dono de um botequim tem o sossego de seu Corinthians x Santos atrapalhado por uma clientela atípica de indies cheios de tatuagens geeks e tênis vintage multi-coloridos.
A volta dos Hermanos foi pra mim um contraste. O público nordestino os trata como deuses, já os paulistas não escondem, em sua grande maioria, o bairrismo ranheta. um cidadão levemente embriagado passa por mim e solta um "cariocas pedófilos", muito provavelmente se referindo ao affair de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães. Quem quer mesmo vê-los fica na beira do palco, e lá de trás, a muito custo, se ouve uma manifestação de simpatia. Som muito bom, a dispeito da bronca dada por Bruno Medina sobre o som do show anterior na Praça da Apoteose, no Rio. Nítido, audível e bem equalizado. Só em ter ficado assim, já tava de boa. Mesmo assim Medina não desfez a carranca, Amarante parecia desconfortável até a terceira ou quarta música, Camelo se enrolou na velha timidez de sempre. Barba, Bubu e os metais deram seu apoio ao show, correto, sem arestas ou pressa e com direito a coisas como "Cher Antoine", raridade nos setlists mesmo quando a banda excursionava com frequência. A volta dos que não foram, um dia quem sabe, promete.
Vários motivos fariam um show do Kraftwerk, naquele contexto, uma experiência estranha. Apesar da sua indiscutível importância, 3/4 da banda não são mais a formação clássica. Os teclados foram substituídos por notebooks, e mesmo sendo uma influência confessa dos donos da noite, soariam, minimamente, deslocados. Mas os alemães sabem usar o telão e mesclar com uma sequência de músicas que fazem qualquer rave que você já foi parecer programa de índio. Um interlúdio divertido antes de alguém apertar o botão do caos.
o "atraso" de um minuto é charme. 22:01, a silhueta do pequenino Thom Yorke aparece se dirigindo ao meio do palco; para, olha incrédulo 40 mil pessoas acomodadas na Chácara do Jóquei como sardinhas em um barril. O que se segue nos próximos 140 minutos é algo entre cartase contida e hipnose, alavancados por um repertório bem amarrado, que acaba descendo redondo até quando a banda saca material mais experimental da manga. Mas dão uma colher de chá pra uma interação com o público em "Paranoid Android", repetindo a última parte da "suíte" para que o público acompanhe Yorke ao violão, pouco antes de atacar "Fake Plastic Trees", um golpe de misericórdia. Nada de discurso político e/ou ecológico durante o show. O Radiohead deixa isso pras camisetas feitas de garrafas plásticas recicladas, pros pedidos de mosh zero durante o show (o site do Just A Fest apresentava um comunicado curto da banda agradecendo aos fãs que não consumassem a prática), a banda sabe separar as coisas. Cilindros prateados criavam um enorme código de barra no fundo do palco, mesmo quando não estão sendo usados. As projeções por sua vez lembravam bastante as imagens do documentário promocional feito pela banda quando do lançamento de "In Rainbows". Um show redondíssimo.
Não adiantou muito esperar a Chácara esvaziar. O caminho de volta ao ponto de táxi foi lento, poeirento, e sem táxis suficientes no final. Só não se tornou uma experiência realmente perigosa porque a quantidade de gente à procura de veículos era tanta que inibiria um arrastão, se fosse o caso. Aí é o caos. Nem a terça parte das 40 mil pessoas foi de carro ao local. Os que se atreveram a pegar um ônibus se afastavam do local do show e tomavam, já bem mais adiante, os táxis que ainda estavam vindo, logo eles não chegavam nunca. Já quase 3 da manhã de segunda-feira, uns quarenta táxis, provavelmente acionados pelos px e inúmeros chamados de celular, chegaram em quantidade para um resgate. Feliz como um naufrágo no seco, cheguei pescando de sono no hotel.
terça-feira, março 17, 2009
quarta-feira, março 11, 2009
Crise? Que Crise?!
Tudo agora é culpa da crise. Topou na rua? Culpa da crise. Sua sogra vai reformar a casa e mudou pra sua? É, é a crise...Caiu? Bateu? Machucou? Não tem gelol que dê jeito: é a crise galopante.
Só quem driblou mesmo a crise foi o Ronaldo. Se ainda estivesse na Europa, gordinho, farreando e na geladeira de algum clube, estaria perdendo dinheiro, imerso na bancarrota que assola os mercados financeiros do 1º Mundo. Mas não, Ronaldo aceitou vir pro Corinthians, onde ficou de joão-sem-braço, joga-não-joga, e pegando nome de garoto-propaganda de luxo. Pois pois...O menino desencantou, mas bem malandramente. Passou durante o carnaval com outros jogadores do timão do parque São Jorge pelo camarote de uma cervejaria instalado no Sambódromo, mas bebendo mineral. Caladinho estava papando o dele. Na última segunda, após Ronaldo literalmente derrubar no dia anterior o pequeno estádio municipal da cidade de Presidente Prudente,onde marcou um gol que celebrou sua 'volta', a cervejaria em questão pôs no ar um reclame travestido (sem piadinhas sobre travestis, ok?) de homenagem onde o fenômeno de Bento Ribeiro, o menino que recebia vales-transporte do técnico pra ir treinar e foi sendo desde então moído pela máquina do marketing pessoal, é chamado de "guerreiro".
Mas sei lá...Ver Ronaldo com um cigarro na mão, de sunguinha, num iate tchap-tchura, lotado de aduladores, me decepcionou profundamente. Ele ganha pra passar outra imagem. Ainda pode jogar muito, mas eu desisti depois daquela final vendida em 98 contra a França; eu joguei a toalha. Não dá mais pra acreditar no futebol, nem brasileiro nem mundial. Não passa de um Big Brother. E olha que essa crise é bem mais antiga, hein...
Só o Ronaldo, que mesmo dormindo ganha dinheiro, ainda pergunta: "Crise? Que crise?
domingo, março 08, 2009
sexta-feira, março 06, 2009
Balaio Sem Fundo
Os anos 90 vão ser muito bons, não foram?
Só a pontinha de um iceberg que já passou e se derreteu. Virou lenda igual ao aquecimento global.
quarta-feira, março 04, 2009
Prata com Buraco no Meio
O CD, este morto-vivo, é o fio-condutor deste post.
Começo com duas notículas de retornos: Faith No More volta à ativa, Deus e Mike Patton sabem com qual formação, mas desconfio, e aposto, na de "Album Of The Year", último esforço conjunto da banda em estúdio. Lembro que minha antiga banda, onde toquei por 12 anos, participou de um tributo ao FNM, tributo virtual, não havia CD físico, só download gratuito. Vejamos como as coisas andam rápido: isso foi há apenas quatro anos. Parecia bizarro lançar um tributo de graça na internet, mas hoje é a coisa mais banal que existe, depois do advento do myspace e dos rapidshares da vida. Um fórum on-line dos participantes da coletânea discutia sobre diretos e liberações, e lembro nitidamente de ter opinado sobre como um tributo daqueles 'requentaria' a discografia de uma banda que não lançaria mais nada inédito.
Mais voltas: Jane's Addiction volta aos palcos estadunidenses agora em maio; e o selo Rhino, aquele que lança e relança discos em formatos luxuosos, e por vezes recheados de material inédito, põe no mercado uma caixa intitulada "A Cabinet of Curiosities"; 30 faixas não-ouvidas ou nunca lançadas, material ao vivo em aúdio e DVD. Vão aí no balaio covers (músicas alheias), demos (versões embrionárias de músicas que até fizeram sucesso depois) e ensaios. Resumo da ópera: coisa pra aficcionado, porque além de ser em formato CD, e caro, é de certa redundância pro ouvido médio; só pra (muito) fã. A Rhino segue confiando não só no formato(em abundância)do CD, mas também apostando em revitalizar o catálogo do artista em nova apresentação, pra justificar tanto a aquisição quanto o preço.
Zeca Camargo prometeu pra amanhã no blog dele "uma réquiem pras lojas de disco". Uma triste piada. É assustador pensar que gente hoje com 18 anos de idade nunca entrou numa loja só com vinis (sem ser sebo). Pra mim ao menos é assustador, pra 80% do mundo lá fora, a essa altura, é pura besteira.
Já que eu sou saudosista mesmo - e fod*-se... - Bob Smith, vocalista do The Cure (The Cure foi, nos anos 1980, o que o Radiohead é hoje) andou reclamando da iniciativa do Radiohead em pôr "In Rainbows", seu último trabalho, pra download gratuito. Francamente: "In Rainbows", pra baixar, foi o blefe do ano. Ora...Sua banda é 'conceituada', sua gravadora estava 'em êtas' porque seus últimos trabalhos são 'difíceis' de vender, seu contrato acabou mas você tem um material que julga consistente. Tá, bota na rede e deixa seus fãs dizerem quanto vale! A gravadora, se quiser, que corra atrás do prejuízo (virtual) depois. Justo, muito justo, justíssimo...Mas 'Fat' Bob Smith não pensa o mesmo. Pra ele, só ele, e mais ninguém, nem gravadora nem fã, sabe dizer quanto vale o que ele faz. Vai encarar?
A falência do formato CD, a distribuição e cobrança de fonogramas (como os entendidos de primeira hora na venda de MP3 chamam música agora) e o bate-boca que isso causa estão indo além do 'economês': vão pro lado ético já.
segunda-feira, março 02, 2009
Doidos, Eles?
A literatura sempre adorou os loucos. Na verdade descobriu que suas personalidades, por vezes intempestivas, rendem excelentes e memoráveis personagens. Abaixo apenas alguns poucos exemplos de loucos na literatura:
"O Engenhoso Fidalgo D. Quixote de La Mancha - Vol. 1" - Miguel de Cervantes(1605): Taí um doido difícil de bater, porque provavemente ele foi o primeiro. Sua fama e aventuras extrapolaram pra outras áreas, como a psiquiatria clínica. E olha que a intenção do Cervantes era fazer um deboche com os cavaleiros medievais. Tal criatura, tal criador...
"O Idiota" - Fiódor Dostoiévski (1869): Autor indispensável pra se entender a grande bagunça que era a Rússia antes da Revolução de 17. O alienado, avoado, apavonado e frágil príncipe (só no nome) Michkin volta à Petesburgo para reaver o que lhe é de direito em uma herança não lá muito ortodoxa e dá de cara com uma sociedade decadente, formada de novos ricos, ex-burgueses, concubinas e vendilhões. Dostoiévski por vezes disse ter criado o personagem à semelhança de Cristo, mas acabou fazendo um retrato de si mesmo.
"O Alienista" - Machado de Assis(1882): Simão Bacamarte funda um manicômio. Fazendo valer a máxima que "de médico e doido todo mundo tem um pouco", começa a trancafiar um a um os moradores da cidade, até que só reste do lado de fora ele próprio. Fica a pergunta no "final aberto", mais que machadiano: Quem é o verdadeiro louco?
"O Exército de um Homem Só" - Moacyr Scliar (1973): Doidos revolucionários só existem na literatura. Na vida real um doido que vire a mesa e tome o poder de alguma coisa vira somente mais um tirano cruel para as enciclopédias (hoje em CD-ROM). O doce revolucionário Birobidjan desembarca menino no bairro judeu do Bom Fim, em Porto Alegre, e lá cresce alienado do mundo em seus sonhos de tomar de assalto o poder, mesmo que seu exército se resuma a ele e seus fantasmas, que cuidarão de segui-lo por toda sua existência.
"O Grande Mentecapto" - Fernando Sabino (1979): Da infância à vida adulta, as mil e uma andanças de Geraldo Viramundo pelo interior de Minas, pulando de cidade em cidade, assim que todos começassem a achar que ele não batia muito bem da bola, o que acabou por leva-lo a um sanatório em Belo Horizonte, junto com as prostitutas sem-teto, confundido com um comunista. Trespassando a saga de Viramundo vários outros "trens de doido", como o Governador Ladisbão, a viúva Peidolina e o vigia do roseiral.
domingo, março 01, 2009
Arroz de Festa 5/5
Eu relutei. Juro que eu relutei. Entendam: Eu não sou lá esses grandes entusiastas dos Beatles. Dou a eles o que foi deles. Lennon & McCartney escreveram grandes canções, inauguraram o marketing na musica pop, chegaram onde qualquer banda de garagem poderia sonhar em chegar. Só que essa idolatria toda me enche o saco! E outra: ninguém lembra do Ringo, um baterista sub-estimado, no meu pobre entender. Quando eu tinha uns 16 anos, me sobrou uma graninha, decidi dar uma chance aos Beatles na minha discoteca. Os álbuns estavam saindo remasterizados em CD, mas como eu não tinha CD Player ainda (isso era luxo, acreditem), comprei o vinil que também estava saindo remasterizado. Lá fui eu feliz da vida pra casa com uma cópia de “Revolver”, que, diga-se, escolhi aleatoriamente na loja. Não diria que foi uma paixão pelos Beatles a partir daí, mas uma paixão por esse trabalho em especial. Uma coleção de grandes canções, Vamos a elas:
“Taxman”: George Harrison abre o disco com uma pérola que o põe lado a lado com John e Paul,
“Eleanor Rigby”: Orquestra no lugar da banda, bem ao gosto do produtor George Martin. A letra é uma das mais instigantes a respeito de solidão,
“I’m Only Sleeping”: Grande levada de violão, melodia grudentas e um bocejo no meio pra dar um ar “blasé”,
“Love You To”: Harrison às voltas com tabla e cítara
“Here There & Everywhere” : Seriam precisas 100 Gals Costa pra esculhambar essa música: Uma baladaça
“Yellow Submarine” : O sub-estimado Ringo, seu narigão e seus anéis, cantando anasalado. Viraria título do desenho animado da banda posteriormente
“She Said She Said”: Experimentos proto-Sgt Peppers. Muitos das nuances dessa música se repetiriam no álbum seguinte
“Good Day Sunshine”: Primeira de duas homenagens de Paul a seus mentores da Motown, baixão marcando e metais fazendo cama para a melodia
“And Your Bird Can Sing” : Típica beatle song, com vocalizes harmonizando e guitarras estridentes
“For No One”: outra assassinada pelos baianos, dessa vez por Caetano no álbum “Qualquer Coisa”, mas seriam precisos 200 Caetanos para “piegaliza-la”. Outra baladaça, com direito a um trompete pontuando e solando,
“Doctor Robert”: Claras referências a drogas limaram esta faixa da versão americana de “Revolver”. O personagem principal é um cruzamento entre Bob Dylan, que “batizou” o quarteto na Maria-Tonteira, e a um dentista da Califórnia, que apresentou John e George ao LSD
“I Want To Tell You”; George de volta com um riff de guitarra que remete a seu ídolo Carl Perkins
“Got To Get You Into My Life”: Parte dois da homenagem de Macca à Motown. O baixo e os metais voltam a duelar, enquanto ele se estraga no microfone em momento “eu sou neguinha”
“Tomorrow Never Knows”: Já chamaram essa música de “a mais perfeita”. Se é, não sei, mas novamente o sub-estimado Ringo faz uma das suas batidas mais memoráveis nesta faixa; inspiração para, trinta anos depois, Oasis e Chemical Brothers fazerem “Setting Sun”. A letra foi tirada do 'Livro Tibetano dos Mortos' por Lennon, naquela época flertando com o Budismo.
The Beatles – “Revolver” – 1966
(Publicado em 23/02/2004 em http://www.fotolog.com/terehell)